FILIPE – Eu rir-me da desgraça dos outros! Eu que vivo dela! D. LUÍSA – Estou quase aproveitando os cinco mil-réis de há pouco. FILIPE – Vamos, resolva-se. D. LUÍSA – Está bom! Sempre compro um quarto. FILIPE – Antes um meio. D. LUÍSA – Não quero; há de ser um quarto. FILIPE – Aqui tem. (A meia voz) E pede esmolas!... (Entra uma menina de realejo que pede a gorjeta com um pandeiro.) D. LUÍSA – Sai-te, vadia! A polícia não olha para estas coisas. FILIPE – É verdade; não sei para que servem as autoridades. D. LUÍSA – Deixam as pessoas honestas serem perseguidas por esta súcia de mendigos... FILIPE – Que não têm profissão. (Saem à direita; JÚLIA, D. MARIANA e BRAGA entram do interior da loja.)