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Adeus, Henrique; lembra-te dos amigos, (Quer segui-lo.) HENRIQUE – Não te incomodes. (Sai.)

CENA VI

ERNESTO, CUSTÓDIO, TEIXEIRA, JÚLIA

CUSTÓDIO (erguendo-se com o jornal na mão) – Isto é desaforo!... Como é que um governo se anima a praticar semelhantes coisas na capital do império? (TEIXEIRA e JÚLIA têm entrado enquanto fala CUSTÓDIO). TEIXEIRA – Que é isto, compadre! Por que está tão zangado? (A ERNESTO) Ernesto, como passaste a noite? ERNESTO – Bem, meu tio. CUSTÓDIO (mostrando o jornal) – Pois não leu? Criou-se uma nova repartição! Um bom modo de arranjar os afilhados! No meu tempo havia menos empregados e trabalhava-se mais. O Real Erário tinha dezessete, e fazia-se o serviço perfeitamente! (JÚLIA senta-se na conversadeira). TEIXEIRA – Que quer, compadre? É o progresso. CUSTÓDIO – O