meia voz) – Vá, vá excitá-lo, depois não se queixe, quando armar uma das suas questões intermináveis. ERNESTO – É verdade! Mas fiquei tão contente, quando meu tio saiu, que não me lembrei que estávamos sós. (Senta-se.) Diga-me uma coisa, prima; que profissão tem este Sr. Augusto? JÚLIA – É um zangão! ERNESTO – Estou na mesma. Que emprego é esse? JÚLIA (sorrindo) – Eu lhe explico. Quando passeávamos pelo jardim, não se lembra que às vezes parávamos diante dos cortiços de vidro que meu pai mandou preparar, e escondidos entre as folhas levávamos horas e horas a ver as abelhas fabricarem os seus favos? ERNESTO – Lembro-me; e por sinal que uma tarde uma abelha fez para mim um favo de mel mais doce do que o seu mel de flores. Tomou a sua face por uma rosa, quis mordê-la; a Sra. fugiu com o rosto, mas eu que nunca volto a cara ao perigo, não fugi... com os lábios. JÚLIA (confusa) – Está bom, primo! Ninguém perguntou-lhe por esta história! Se quer que lhe acabe de contar, cale a boca.