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VERSOS DA MOCIDADE



Ora dizia: «Vê como este raio
De sol, filtrando entre a folhajem, doura
Como um carinho — o mízero desmaio
Daquela flor humilde e cismadora...»

E o seu olhar azul e intelijente,
Limpido como um ceu de primavera,
Nos meus olhos pouzava, descontente,
Como quem faz uma pergunta, e espera...

Eu seguia-lhe os passos, distraído;
E ela sempre a chilrear! Dessa maneira,
De cada flor dizendo-me o apelido,
Ia esplicando a primavera inteira.

A’s vezes, quando um passaro voava
Subitamente e com estrondo, o seio
Para o meu seio Berta aconchegava
Tremula, a arfar de susto e de receio.

Eu dizia-lhe a esmo alguma fraze,
E ria quando ela me olhava rindo;
E nem sentia que o meu labio quaze
Roçava á flor daquele rosto lindo.