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ARDENTIAS
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E a tua vida é como esse dezerto
Vasto, sombrio, lugubre, gelado:
Olha-se e vê-se, lonje como perto,
Um grande plaino branco e despovoado...
E a tua vida é como esse dezerto.

Mas como os ursos das regiões polares,
Vê-se, quebrando essa monotonia,
Passar ás vezes pelos teus olhares
A sombra de uma colera bravia
Como esses ursos das rejiões polares...