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VERSOS DA MOCIDADE
Voluptuozamente enlaçavam-se, rindo,
Pelos troncos senis, trepadeiras em flor,
Dos troncos á velhice ezausta repartindo
Uns bálsamos de amor;
E os troncos, ao calor daquela mocidade,
Da seiva que no tempo, inválida, se perde,
Riam-se, aqui, ali, na muda alacridade
De uma folha mais verde.
Borboletas, roçando apenas, de aza incerta,
A florecencia rôxo-azul dos manacás,
Depunham de corola em corola entreaberta
O seu beijo voraz.
Falavam-se de amor os passaros inquietos,
E palpitava em torno, em sussurrante adejo,
Nem eu sei si o rumor das azas dos insetos
Ou si o rumor de um beijo.