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de feitiçaria, que os singularisa. Fazem uma figura do diabo n’um pedaço de madeira molle e sonora: esta estatua do tamanho de tres a quatro pés é muito feia pela sua immensa cauda, e grandes lanhos.

«Chamam-na Anaantanha que parece dizer — imagem do diabo, porque Tanha significa figura, e Anaan-diabo. Depois de haverem soprado sobre os enfermos, trazem os Piayas esta figura para fóra da casa-grande:

«Ahi elles o interrogam, esbordoam-na á cacete, como para obrigar o diabo, bem a seu pesar, a deixar o enfermo.» (Vide Nouvelle Relation de la France équinoxiale, contenant la description des côtes de la Guiane, de l’isle de Cayenne, le commerce de cette colonie, les divers changements arrivés dans ce pays etc. etc. Paris. 1743, em 12 gr.)

N’um capitulo precedente Ivo d’Evreux ja fallou de uma boneca que tinha uma especie de mecanismo, que servia para as nigromancias do Piaya.

É para sentir-se, que não se encontrasse um só d’estes idolos nas collecções etnographicas, que então começou-se a fazer.

Poucos annos antes de haver la Ravardiere explorado o rio do Amasonas, João Mocquet, o guarda das curiosidades do Rei, percorreo essas praias, e seria de rara felicidade para a archeologia americana si elle encontrasse alguns dos idolos de que falla o padre Ivo.

103 (pag. 271).

É mui provavel, que estas lustrações sejam feitas á imitação das ceremonias, que entre os christãos viram os Tupinambás.

Pode bem ser, que o mesmo aconteça á respeito da pretendida confissão auricular de que falla o autor um pouco mais adiante.

Os antigos viajantes, Hans Staden, Lery e Thevèt nada dizem, que tenha relação com tal costume.