Aí é que lembramos o pão e o queijo, esmagados, amassados entre o braço e o torso do seresteiro. Havia, porém, cachaça - a alma daquilo - e comeu-se assim mesmo, bebendo aos copos o líquido ardente. O jovem soldadinho estirou-se na terra. Um outro deitou-se de papo para o ar. Todos riam, integralmente felizes, dizendo palavras pesadas, numa linguagem cheia de imprevistas imagens. João Rainha, com os braços muito tatuados, começou a cantar.
- O violão está no norte e você vai pro sul, comentou um da roda.
João Rainha esqueceu a modinha. E, enquanto o silêncio se fazia cheio de sono, o cara de papo para o ar desfiou uma outra compridíssima modinha. Olhei o relógio: eram três e meia da manhã.
Então, despertei-os com três ou quatro safanões:
- Rapaziada, vou embora.
Era a ocasião grave. Todos, de um pulo, estavam de pé, querendo acompanhar-me. Saí só, subindo depressa o íngreme caminho, de súbito ingenuamente receoso que essa tournée noturna não acabasse mal. O soldadinho vinha logo atrás, lidando para quebrar o copo entre as mãos.
- O tenente, você vai hoje à Penha?
- Mas nem há dúvida.
- E logo vem ao samba das Violetas?
- Pois está claro.