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Eu era um covarde, um escravo; eles, príncipes e reis. Não serei mais assim!... Era, preciso brigar — briguemos! Escolheram a guerra — tê-la-ão!

Fomos tomar cerveja em um café de notívagos. Gonzaga de Sá vinha embrulhado num sobretudo com o rigor de parvenu viajado. Em começo, bebemos calados; afinal Gonzaga de Sá quebrou o silêncio.

— Eu saio dessas coisas triste...

— Ora!

— Não, é certo. Tenho, pesar de mim, uns longes de patriotismo e, quando vejo que aquilo, o Lírico, a condensação da fina flor, é a mesma coisa de há quarenta anos passados, fico abatido. São os mesmos fazendeiros sugadores de sangue humano; são os mesmos políticos sem ideias; são os mesmos sábios decoradores de compêndios estrangeiros e sem uma ideia própria; são os mesmos literatos a Octaviano, literatos de coisas de cottillon, os mesmos agiotas... Há quarenta anos era assim; não mudou. Serão sempre assim?

Sem querer respondi logo:

— Certamente.

Depois, refleti que havia uma certa contradição entre o que Gonzaga de Sá me dissera