to grito? Fabiano estava-se cançando á toa. Baleia se enjoava, cochilava e não podia dormir. Sinha Victoria devia retirar os carvões e a cinza, varrer o chão, deitar-se na cama de varas com Fabiano. Os meninos se arrumariam na esteira, por baixo do caritó, na sala. Era bom que a deixassem em paz. O dia todo espiava os movimentos das pessoas, tentando adivinhar coisas incomprehensiveis. Agora precisava dormir, livrar-se das pulgas e daquella vigilancia a que a tinham habituado. Varrido o chão com vassourinha, escorregaria entre as pedras, enroscar-se-ia, adormeceria no calor, sentindo o cheiro das cabras molhadas e ouvindo rumores desconhecidos, o tiquetaque das pingueiras, a cantiga dos sapos, o sopro do rio cheio. Bichos miudos e sem dono iriam visital-a.
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Vidas Seccas
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