Vidas Seccas
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sim. Fabiano agradeceu a opinião della e gabou-lhe as pernas grossas, as nadegas volumosas, os peitos cheios. As bochechas de sinha Victoria avermelharam-se e Fabiano repetiu com enthusiasmo o elogio. Era. Estava boa, estava taluda, poderia andar muito. Sinha Victoria riu e baixou os olhos. Não era tanto como elle dizia não. Dentro de pouco tempo estaria magra, de seios bambos. Mas recuperaria carnes. E talvez esse lugar para onde iam fosse melhor que os outros onde tinham estado. Fabiano estirou o beiço, duvidando. Sinha Victoria combateu a duvida. Porque não haveriam de ser gente, possuir uma cama igual á de seu Thomaz da bolandeira? Fabiano coçou a testa: lá vinham os despropositos. Sinha Victoria insistiu e dominou-o. Porque haveriam de ser sempre desgraçados, fugindo no mato como bichos? Com certeza existiam no mundo coisas extraordinarias. Podiam viver escondidos, como bichos? Fabiano respondeu que não podiam.

— O mundo é grande.

Realmente para elles era bem pequeno, mas affirmavam que era grande — e marcha-