Negra damnada,
Da cabeça de escapole,
Quero ver bolir no folle
P’r’o ferreiro trabalhar...

Peixe piaba,
Tubarão, baleia, serra,
Vou-me embora desta terra,
Vou tarrafiar no mar...

Papa-capim,
Guriatã, rola-gallega,
Eu pisei no pé da nêga,
Fiz a nêga se damnar...

E’ manga espada,
E’ manga rosa, é manga rôxa,
Nunca fiz a minha trouxa
Pra poeta desmanchar...

Lá vem o home
Do bahú das miudeza!
Quem quer comprar boniteza:
Carrité, linha e dedá?...


Na Parahyba existem varias emprezas editoras de fasciculos que contêm versos da musa sertaneja. Na “Livraria Editora”, de Pedro Baptista, localizada na capital do Estado, á rua Maciel Pinheiro, 160, fui encontrar enorme variedade desses folhetos. Muitos delles já os adquirira eu, mesmo no Ceará, pois que são distribuidos á larga pelos differentes Estados vizinhos.

Fiz, porém, uma acquisição valiosa que foi a desta historia, em versos, de Antonio Baptista Guedes: [1]

Me contava um sertanejo,
Morador em Cabrobó,


  1. O autor voltará a comentar sobre esta poesia no capítulo A religião na poesia do povo, p. 153. [Nota editorial da Wikisource]