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PREFÁCIO
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observa na pronúncia, como em punir, já porque a escrita a não acusa, como em partir.

2.º grupo: O e ou o o do infinito passa respectivamente a i, u, quando a terminação contêm o ou a; ex.: preferir, prefiro, prefira; cobrir, cubro, cubra.

3.º grupo: O e do infinito passa a i, quando a terminação contêm a, o; ex.: sentir, sinto, sinta. Antigamente, e ainda popularmente, conjugavam-se estes verbos com i permanente no radical, átono; mintir, minto, mintia, etc.

4.º grupo: O e ou o do radical passa a i, u, quando o acento nêle recai; ex.: progredir, progrido, progride(s), progrida; sortir, surto, surte(s), surta.

5.º grupo: O i ou u do radical passa a e, o, quando a desinência contêm e; ex.: frigir, frege(s), frejem; sumir, some(s), somem.

Com estas indicações preliminares qualquer pessoa pode consultar o Vocabulário, com a certeza de que êle é guia seguro para quem queira ou deva seguir a ortografia oficial. Como no Vocabulário Ortoépico, de que se fêz menção, dá-se no final dêste a conjugação dos verbos, em todas as suas particularidades, com ou sem complementos pronominais enclíticos, e acompanhada de explicações minuciosas. Dêles trata o Apêndice com que termina o livro, e no corpo da obra verá quem o consultar inúmeras referências a êsses paradigmas.

Resta-me agradecer aos beneméritos editores o esmero empregado na primorosa edição do Vocabulário, modelar apesar do seu deminuto preço; e por último tributar novos e bem merecidos louvores à Exma Snra D. Amélia Pereira Sirven Aillaud Monteiro, que com a maior solicitude e provada competência se incumbiu, como já o fizera nas duas anteriores edições, da difícil e laboriosíssima revisão de toda a obra, da qual o autor apenas recebeu uma prova tipográfica final, que parcíssimas correcções teve de sofrer, tam perfeito foi aquele trabalho, executado em curto prazo, e pelo qual me confesso gratíssimo, como é dever meu indeclinável e de inteira justiça.

Tributo aqui tambêm os meus agradecimentos aos snrs. Valentim Gális e ao snr. Henrique R. Lang, lente na Universidade de Yale, bem como à snrª D. Luísa Ey, professora de português no Instituto Colonial de Hamburgo, pelas lacunas e imperfeições que me apontaram nas edições anteriores, e que vão agora remediadas.


A. R. Gonçalves Viana.