para casa, mas teria dado apenas três passos, quando viu Estela que vinha ao seu encontro. A moça parou diante dele.
— Que lhe disse o médico? perguntou.
— Tem esperanças; logo de tarde poderá afiançar mais alguma coisa.
— Só isso?
— Só.
— Não o desenganou?
— Não.
Estela refletiu um instante.
— Dê-me sua palavra, disse ela.
Jorge estendeu-lhe a mão, sobre a qual Estela deixou cair a sua, não menos fria que pálida.
— Sou amigo de seu marido, disse Jorge depois de alguns instantes; creia que ele pode contar com toda a minha dedicação.
Estela pareceu acordar do momentâneo torpor; atentou no moço, retirou a mão e respondeu com um simples gesto de assentimento. A alma subjugada tornara à natural atitude. Jorge viu-a entrar em casa e ficou só alguns minutos, a recordar a revelação do médico, e a sentir que, ao pé da tristeza que o pungia, havia alguma coisa semelhante a um sentimento egoísta e cruel.
Entre a esperança e receio gotejaram algumas