assomava à porta. Era uma expressão diferente. Este acompanhava-as às vezes nos passeios, ou conversava-as largo tempo, fazendo-as rir com uma espontaneidade, que não tinham a falar com Jorge. Obedecia aos desejos da madrasta e aos caprichos da enteada, quaisquer que fossem, com tamanha tolerância e bom humor, que fazia despeitar o outro, sem o saber. Jorge atentou nos ditos e ações do intruso, e com o tempo veio a tranqüilizar-se.

— É um celibatário necessitado da companhia de mulheres, disse consigo.

Procópio Dias não parecia outra coisa; a atmosfera feminina era para ele uma necessidade; o ruge-ruge das saias a melhor música a seus ouvidos. Graças à idade, Iaiá era mais familiar do que Estela; às vezes chegava a "judiar" com ele, excesso que o pai ou a madrasta reprimia, e reprimia sem necessidade. Procópio Dias não manifestava nem sentia o menor despeito; achava-lhe graça e chegava a fazer coro com ela.

A segunda circunstância que projetou alguma sombra no espírito de Jorge, foi justamente a hostilidade de Iaiá Garcia.

— Que diabo fiz eu a esta menina? perguntava Jorge a si mesmo.