— Tu não tens confiança em mim, Iaiá, disse ela pousando-lhe a mão no ombro. Se tivesses, dizias-me em que é que pensas, porque é decerto em alguma coisa. Não é difícil deixar de pensar no Procópio Dias; acho até que é a coisa mais fácil; mas não será algum pensamento da mesma natureza? Anda; sê franca; sou apenas tua madrasta, e pouco mais velha que tu; posso ouvir tuas confidências e aconselhar-te. Onde acharás melhor amiga do que eu?

Iaiá tinha aplacado a primeira sensação; afivelou de todo a máscara da tranqüilidade, enquanto não a substituía por outra. Ergueu-se e disse com afoiteza:

— Pois bem, vou confiar-lhe uma coisa... não... suponha... é melhor supor... tenho vergonha de dizer a verdade. Suponha que tive um amor no colégio...

— Tu? Aos treze anos!

— Aos doze e meio.

Bonito! Não foi começar tarde. Esse amor naturalmente expirou nos braços da última boneca.

— Suponha que não, disse Iaiá em tom sério. Ora, se eu tiver de casar com o Procópio Dias...

— Quem te fala em casar com ele?

— Por ora é um gracejo; mas, se ele teimar, é possível quem