— Devo fazer as minhas contas e retirar-me no fim do mês.
Jorge escreveu duas linhas ao patrão do Sr. Antunes. De tarde, foi este a Santa Teresa, Jorge ia sentar-se à mesa do jantar; o Sr. Antunes já tinha jantado, mas acompanhou-o.
— Venha, venha, disse o moço; preciso falar-lhe.
Vexado e tímido, o Sr. Antunes sentou-se defronte de Jorge; que não lhe disse nada durante os primeiros minutos. Jorge falou enfim, repreendendo-o amigavelmente; disse-lhe que as exigências do comerciante não eram exageradas, e em todo caso não havia meio de opor-se a elas, salvo se quisesse deixar a casa.
— Isso mesmo, disse o pai de Estela.
— Não faça isso; não se ganha nada em andar de emprego em emprego. Demais, francamente, não vejo que entrar antes das dez horas seja coisa difícil. Seu genro faz isso há muitos anos.
— Meu genro!... meu genro! ... disse o Sr. Antunes sacudindo a cabeça com um gesto de enfado.
Jorge fingiu não entender ao gesto e ao tom do pai de Estela, e tratou de o converter à pontualidade, obra que começava a ser difícil, porque o