— Repare que a noite vem caindo; não posso ficar nem mais um minuto. Um confidente tem limites. Olhe; não peço muita coisa, mas desejo alguma coisa mais. Confidente é pouco; mestre ainda menos. Dê-me outro título ou cargo; deixe-me ser seu... seu quê? seu... seu irmão. Sim?
— Não! disse ela energicamente.
Jorge empalideceu, como se acabasse de ver o fundo da alma da moça. A negativa era alguma coisa mais do que um capricho. Não retorquiu; estendeu-lhe a mão.
— Até quando? disse ela.
— Até amanhã.
Três minutos depois, Jorge estava na rua. A noite descia rapidamente. Ele não olhou para trás; se olhasse veria a figura de Iaiá envolta já na meia sombra do crepúsculo. Veria mais; vê-la-ia refletir um pouco e espalmar a mão no ar, como uma ameaça, na direção em que ele ia.
Iaiá entrou na casa da doente.
— Seu noivo? disse esta.
— Já foi.
— Quando é o casamento?
O dia não sei. E depois de uma pausa: — Mas que se há de fazer é certo. Ou eu não sou quem sou.