dessa família, ao passo que a de hoje vinha turva e meio apagada pelas nuvens de um céu chuvoso e triste. Na longa pausa que houve entre a madrasta e a enteada, os únicos sons que se ouviam eram o rufar da chuva na folhagem do jardim e o tique-taque de um relógio de parede.

— Escuta, disse finalmente Estela; se alguma razão tens para crer que amo esse homem, é necessário mostrar-te a realidade das coisas.

Estela abriu duas ou três gavetinhas da secretária, e depois de alguma busca entre os maços de cartas que ali encontrou, tirou uma, abriu-a e deu-a à enteada. Iaiá recebeu-a com as mãos trêmulas de curiosidade; leu-a toda; devia ser a mesma que o pai mostrara à madrasta.

— Essa moça era a senhora? murmurou ela como se ainda esperasse resposta negativa.

— Era eu.

Iaiá deixou-se cair numa cadeira rasa, a mesma em que Estela estivera sentada, quando ouviu a confidência do marido.

— Vês? disse Estela; foi por mim que ele