Ei-la aqui stá... Vês... como tudo muda?
Não há no bosque mais conspiradores:
E cada tronco perfilando, ao pôres
Os pés no chão, em curva nos saúda...
Estuda tudo, árvore, e rocha; estuda
O rio, o musgo, o ninho, o aroma, as flores:
Nota a atitude ao vale, o gesto às cores,
E os verdes gritos da canalha miúda...
Ouve o pássaro, o inseto, o odor: repara
Num ar bondoso, com que a pedra escuta
A alma das cousas, e a alegria rara
Da lágrima chorada, há pouco enxuta...
Entra a selva: eis o templo, ó deusa, e em ara
Brilha a arcada em festões, mais longe a gruta.