Mostras na glória um coração mesquinho...
Numa beleza esplêndida, que aterra,
Passas desencadeando um ar de guerra,
Sem deixar um perfume no caminho.
Como a palmeira, não susténs um ninho!
Não és filha, mas hóspeda da Terra;
Subjugando a planície, na alta serra,
- Cruel às aves, seca de carinho.
Ha no deslumbramento do teu porte
Tédio, orgulho, desdém: talvez saudade
De outra vida, ambição talvez da morte...
Como a palmeira, tens a majestade,
E dela tens a desgraçada sorte:
A avareza da sombra e da piedade.