NO TUMULO DE MEU PAE
Um Pae, um Deus, um céo, um paraizo !
Partiu! e na hora extrema da agonia
Nem um remorso a alma lhe rasgava,
Subia para o azul e assim voava
Como uma mansa pomba que subia.
Lançou o olhar á estrada que se abria
E sem temor deixou a que trilhava;
Assim foi que partiu a alma e escrava
A materia volveu á terra fria.
Era de noite e a lua scintillante
Crusava a immensidão dos largos céus,
Cantava além um rouxinol, distante...
Então abominei os vis atheus,
Porque vi de joelhos, triumphante
A alma de meu Pae aos pés de Deus.
1877.