Passou o outono já, já torna o frio...
—Outono do seu riso maguado.
Algido inverno! Obliquo o sol, gelado...
—O sol, e as aguas limpidas do rio.
Aguas claras do rio! Aguas do rio,
Fugindo sob o meu olhar cançado,
Para onde me levaes meu vão cuidado?
Aonde vaes, meu coração vazío?
Ficae, cabellos d'ella, fluctuando,
E, debaixo das aguas fugidias,
Os seus olhos abertos e scismando...
Onde ides a correr, melancolias?
—E, refractadas, longamente ondeando,
As suas mãos translucidas e frias...