Poesias offerecidas ás senhoras Portuenses/Soneto 2
Mote.
A gloria do Senhor nos astros brilha.
Soneto.
Embora atheo sacrilego, profano,
D'um Deos a existencia ouse negar;
Embora santas leis vá renegar,
Prégando seus sofismas lodo ufano
Reflecte, analisa, ah! vê, insano,
Da natureza est'ordem sem mudar!
Depois serás forçado a acreditar
Que é d'um Ser Creador divino arcano!
Acaso o sol raiar ainda não viste ?
Dos Céos, do mar, da terra a maravilha,
Não te faz tudo crer, que um Deus existe?
Se tu'alma tenaz se não humilha,
Olha la para os Céos ! — Ninguem reziste!..
A gloria do Senhor nos astros brilha!