Soneto.
 

Apraz-te, alma cruel, o fementida,
Só flagellos causares, pranto, e dores;
Zomba d'um infeliz, que os teus rigores,
Vão encurtando bem a triste vida!

Quizera como lu fosse esquecida
Est'alma, que não pôde inda os ardores
De todo estinguir d'esses amores,
D'outr'ora, quando me éras tão querida!...

Ingrata! Esta paixão, que me devora,.
Estingui-la não posso, será eterna!..
Ai de mim! Inda te ámo! A toda a hora

Suspira só por ti minh'alma terna!
Lilia na minha campa um dia chora,
E diz lá, que me amas! di-lo...agora!