1Pois me enfada o teu feitio,
quero, Frisão, neste dia
retratar-te em quatro versos
as maravi, maravi, maravilhas.
Ouçam, olhem,
venham, venham, verão
o Frisão, da Bahia,
que está retratado
às maravi, maravi, maravilhas.
2A cara é um fardo de arroz,
que por larga, e por comprida
é ração de um Elefante
vindo da Índia.
Ouçam, olhem,
venham, venham, verão
o Frisão da Bahia,
que está retratado
às maravi, maravi, maravilhas
3A boca desempenada
é a ponte de Coimbra,
onde não entram, nem saem,
mais que mentiras.
Ouçam, olhem,
venham, venham, verão
o Frisão da Bahia
que está retratado
às maravi, maravi, maravilhas.
4Não é a língua de vaca
por maldizente, e maldita,
mas pelo muito, que corta
de Tiriricas.
Ouçam, olhem,
venham, venham, verão
o Frisão da Bahia,
que está retratado
às maravi, maravi, maravilhas.
5No corpanzil torreão
a natureza prevista
formou a fresta da boca
para guarita.
Ouçam, olhem,
venham, venham, verão
o Frisão da Bahia,
que está retratado
às maravi, maravi, maravilhas.
6Quisera as mãos comparar-lhe
às do Gigante Golias,
se as do Gigante não foram
tão pequeninas.
Ouçam, olhem,
venham, venham, verão
o Frisão da Bahia,
que está retratado
às maravi, maravi, maravilhas
7Os ossos de cada pé
encher podem de relíquias
para toda a cristandade
as sacristias.
Ouçam, olhem,
venham, venham, verão
o Frisão da Bahia,
que está retratado
às maravi, maravi, maravilhas.
8É grande conimbricense,
sem jamais pôr pé em Coimbra,
e sendo ignorante sabe
mais que galinha.
Ouçam, olhem,
venham, venham, verão
o Frisão da Bahia,
que está retratado
às maravi, maravi, maravilhas.
9Como na lei de Mafoma
não se argumenta, e se briga
ele, que não argumenta,
tudo porfia.
Ouçam, olhem,
venham, venham, verão
o Frisão da Bahia,
que está retratado
às maravi, maravi, maravilhas.