Filhas verdes do mar, e ó nuvens, num incenso,
Beijai-me! e bendizei o meu sangue e o meu pranto!
Quando sucumbo e sou vencido, - exulto e venço:
A minha queda é glória e o meu rugido é canto!
Sob os grilhões, espero; escravizado, penso;
E, morto, viverei! Domando a carne e o espanto,
Invadindo de estrela a estrela o Olimpo imenso,
Roubei-lhe na escalada o fogo sacrossanto!
Forjando o ferro, arando o chão, prendendo o raio,
Dei aos homens o ideal que anima, e o pão que [nutre...
Debalde o ódio, e o castigo, e as garras me consomem:
Quando sofro, maior, mais alto, quando caio,
Sou, entre a terra e o céu, entre o Cáucaso e o abutre,
- Sobre o martírio, o orgulho, e, sobre os deuses, Homem!