Esperemos em Deus! Ele ha tomado
Em suas mãos a massa inerte e fria
Da materia impotente e, n'um só dia,
Luz, movimento, acção, tudo lhe ha dado.
Ele, ao mais pobre de alma, ha tributado
Desvelo e amor: ele conduz á via
Segura quem lhe foge e se extravia,
Quem pela noite andava desgarrado.
E a mim, que aspiro a ele, a mim, que o amo,
Que anceio por mais vida e maior brilho.
Ha-de negar-me o termo d'este anceio?
Buscou quem o não quiz; e a mim, que o chamo,
Ha-de fugir-me, como a ingrato filho?
Ó Deus, meu pae e abrigo! espero!... eu creio!