(Primeira elaboração do Soneto de p. 30 dos Sonetos Completos)
Eu amo a vasta sombra das montanhas
Que estendem sobre os largos continentes
Os seus braços de rocha negra, ingentes,
Bem como braços colossaes de aranhas.
D'ali o nosso olhar vê tão extranhas
Coisas, por esse céo! e tão ardentes
Visões amostra o mar de ondas trementes
E as estrellas, d'ali, vê-as tamanhas.
Amo a grandeza tenebrosa e vasta:
A grande idéa como um grande fruito
De um'arvore colossal que isto domina;
Mas tu, criança, sê tu boa... e basta,
Sabe amar e sorrir... mulher, é muito...
Mas a ti só te quero pequenina...
Coimbra, 18 de abril de 1863.