A vaidade parece-se muito com o amor-próprio, se é que não é o mesmo; e se são paixões diversas, sempre é certo, que ou a vaidade procede do amor-próprio, ou este é efeito da vaidade. Nasceu o homem para viver em uma contínua aprovação de si mesmo; as outras paixões nos desemparam em um certo tempo, e só nos acompanham em lugares certos; a vaidade em todo o tempo, e em todo o lugar nos acompanha, e segue, não só nas Cidades, mas também nos desertos, não só na primavera dos anos, mas em toda a vida, não só no estado da fortuna, mas ainda no tempo da desgraça: paixão fiel, constante companhia, e permanente amor.