Mas já que quase todas as heresias (que prosperaram) através da arte aritmética descobre medidas de hebdômadas e certas projeções dos éons, cada um se utilizando diferentemente da arte, enquanto que qualquer variação só se deu em seus nomes; e (já que) Pitágoras se tornou o instrutor destes, introduzindo números desta natureza, do Egito, entre os gregos, parece útil não omitir mesmo isso, mas, após darmos uma elucidação resumida, para entender a demonstração destas coisas que nos propomos a investigar.

Aritméticos e geômetras ficam famosos, a quem especialmente Pitágoras parece ter fornecidos os princípios. E dos números que continuamente progridem ad infinitum por multiplicação, e figuras, estes derivam seus primeiros princípios[1] como capacitados de serem discernidos pela razão somente; porque um princípio da geometria, como muitos percebem, é um ponto indivisível. Deste ponto, porém, por meio da arte, a criação de infinitas figuras é revelada. Porque o ponto sendo desenhado em uma extensão se torna uma linha, após isso, tendo um ponto em sua extremidade. E uma linha fluindo até um largura cria uma superfície, e os limites da superfície são linhas; e uma superfície fluindo até a largura se torna um corpo. E quando um sólido, desta forma, deriva sua existência do, de modo geral, menor ponto, a natureza de um corpo maciço é formada; e desta forma que Simão se expressa: "O pequeno se torna grande, sendo como um ponto, ilimitado." Isso coincide com o postulado geométrico do ponto.

Mas da arte aritmética[2], que tem filosofia em sua natureza, o número se torna o princípio inicial, que é uma (entidade indefinível e incompreensível, incluindo em si mesmo todos os número que podem ir até o infinito por agregação. A primeira mônade se torna o princípio, de acordo com a substância, dos números, que é uma mônade masculina[3], criando paternalmente todo o resto dos números. Segundo, a díade é um número feminino, o qual é denominado pelos aritméticos como par. Terceiro, a tríade é um número masculino; este também foi o costume dos aritméticos de deonominar ímpar. Em adição a estes, a tétrade é um número feminino; e desta mesma forma, por ser feminino, é denominado par. Estes quatro números, genericamente, de acordo com seu sistema, formam o número perfeito - isto é, a década. Porque um, dois, três e quatro se tornam dez - como já foi previamente provado - se a própria denominação for preservada, de acordo com a substância, para cada um dos números. Este é o quartenião sagrado, de acordo com Pitágoras, tendo em si mesmo raízes de uma natureza infinita, isto é, todos os outors números; assim, onze, doze, e o resto, derivam do princípio da geração a partir do dez. Desta década - o número perfeito - há quatro partes - número, mônade, poder e cubo - cujas conexões e misturas dão lugar à geração de aumento, de acordo com a natureza complementar do número produtivo. Porque quando o quadrado é multiplicado por si mesmo, torna-se um biquadrado; quando o quadrado é multiplicado pelo cubo, torna-se o produto de um quadrático e cubo; mas quando um cubo é multiplicado pelo cubo, torna-se seu produto. Por isso todos os números são sete; porque a geração das coisas pode ser feita pela hebdômade - que pe número, mônade, poder, cubo, biquadrado, produto do quadrado pelo cubo, produto do cubo pelo cubo.

Desta hebdômada, Simão e Valentino, tendo alterados os nomes, detalharam estórias maravilhosas, de onde rapidamente adotam um sitema próprio. simão emprega suas denominações: mente, inteligência, nome, voz, raciocínio, reflexão, e aquele que foi, é e será. E Valentino (enumera desta forma): mente, verdade, palavra, vida, homem, igreja, e o Pai, considerando com estes, de acordo com os mesmos princípios postulados pelos estudiosos da filosofia aritmética. E (os heresiarcas) admirando, como se fosse desconhecidos para a multidão, (esta filosofia, e) seguindo-as, desenvolveram doutrinas heterodoxas imaginadas por si mesmos.

Alguns, de fato, tentam igualmente formar as hebdômadas da (arte) médica[4], sendo impressionado com a dissecação do cérebro, afirmando que a substância do universo e o poder da procriação e da Deidade pode ser apurada pelo arranjo do cérebro. Porque o cérebro, sendo a porção dominante do corpo inteiro, repousa calma e imóvel, contendo em si mesmo o espírito. Uma opinião destas não é incrível, mas direfe grandemente das conclusões que esses (hereges) tentam deduzir. Porque o cérebro, ao ser dissecado, tem dentro dele o que pode ser chamado de câmara circular. E em cada lado é membranas finas, que eles chamam de "pequenas asas". Essas são cuidadosamente movidas pelo espírito, e em volta induzem em direção ao cerebelo o espírito, que, carregando através de um vaso sangüíneo como um junco, avança até a glândula pineal. E próximo à entrada do cerevelo, que admite a corrente do espírito, e distribui aonde é chamado de medula espinhal. Mas de tudo que participa na energia espiritual, visto que todas as artérias, como um ramo, são fixadas deste vaso, e a extremidade termina nos vasos do genitália, de onde todas as sementes (animais) procedem do cérebro que através dos quadris são secretadas (nas gônadas). A forma, porém, do cérebro é como a cabeça de uma serpente, a propósito de que uma demorada discussão é mantida pelos professores do conhecimento, falsamente nomeados, como devemos provar. Seis outros ligamentos duplos crescem do cérebro, que, atravessando ao redor da cabeça, e terminando na (cabeça), segura os corpos juntos; mas o sétimo (ligamento) procede do cerebelo às partes mais baixas do resto da rede, como já declaramos.

E a respeito desta grande discussão, de onde tanto Simão quanto Valentino derivaram suas opiniões destas fontes, e, mesmo que não admitam, serem mentirosos em primeira instância, assim hereges. Sendo assim, então, parece que nós explicamos suficientemente essas doutrinas, e que todas as opiniões reputadas da filosofia terrena foram resumidas em quatro livros; parece útil proceder à consideração dos discípulos destes homens, aqueles que se apropriaram furtivamente destas doutrinas[5].

Notas editar

  1. Sextus Empiricus, Adv. Geom., 29 et seq. (Ver livro VI, capítulo XVIII.)
  2. As observações a seguir já foram feita no 1º livro.
  3. Alguns leriam arsij.
  4. O abade Cruice refer-se a Censorino (De Die Natali, cap. vii. et xiv.), que menciona que dois números foram venerados, o sete (hebdômade) e o nove (enéade). O primeiro era utilizado para curar doenças, e era relacionado a Apolo; o último curava as doenças da mente, e era atribuído a Musas.
  5. Ao fim do manuscrito temos as seguintes palavras: "Quarto livro da Philosophumena".