Renasço, amigos, vivo! Ha pouco ainda

AD AMICOS

PROPTER SOLATIUM

Renasço, amigos, vivo! Ha pouco ainda
Disse ao viver: «Afunda-te no nada
E já, bem vêdes, surjo á luz dourada,
— No labio o rir, no peito esp'rança infinda!

Ah, flor da vida! flor viçosa e linda!
Envolto na mortalha regelada
Do pensar — perdão! — foste olvidada...
Flor do sentir e crêr e amar... bem vinda!

A vida! como a sinto, ardente, immensa!
Não unica! tomando a immensidade!
Livre! perante Deus surgindo forte!

Que amor! que luz! que pira vasta, intensa!
Plenitude! harmonia! realidade!
Mas melhor que tudo isto é sempre a morte!