Como às vezes, piedoso, o sol se inclina
Sobre um pântano, e acende-o, e da água ascosa
No atro fundo, ergue Alhambras de ouro e rosa,
Catedrais e Krêmlins de prata fina,
- Também, da alta região que nos domina,
Tu pairas sobre mim, sombra piedosa:
Sinto em mim, como numa nebulosa,
Mundos novos, ardendo em luz divina...
São torres vivas, cúpulas fulgentes,
Zimbórios igneos, toda a arquitetura
Dos sonhos que a ambição do Ideal encerra,
Subindo em largos surtos, em torrentes,
Galgando o céu, para brilhar na altura
E desfazer-se em versos sobre a terra...