Pede pouco! Mais tem do que um monarca
O pobre, tendo o pouco que pedia:
E é rico, achando, ao terminar do dia,
Paz no espírito e pão no fundo da arca,
Triste, ó alma, a ambição que o mundo abarca!
Perde tudo quem quer a demasia.
Poupa o riso e o prazer! porque a alegria
Tanto é mais doce quanto mais é parca.
Feliz, modesto coração, te dizes,
Quando vais, como Ruth, em muda prece,
Empós dos segadores mais felizes:
Feliz é o simples, que, feliz, procura
Uma espiga apanhar da alheia messe,
Um resto miserável da ventura.