A tua trança negra e desmanchada
Por sobre o corpo nú, tôrso inteiriço,
Claro, radiante de esplendor e viço,
Ah! lembra a noite de astros apagada.

Luxuria deslumbrante e avelludada
Atravez desse marmore macisso
Da carne, o meu olhar n'ella espreguiço
Felinamente, nessa trança ondeada.


E fico absôrto, n'um torpôr de côma,
Na sensação narcótica do arôma,
D'entre a vertigem túrbida dos zêlos.

Es a origem do Mal, és a nervosa
Serpente tentadôra e tenebrosa,
Tenebrosa serpente de cabellos !...