Por todas quantas estrelas
Tem o céu que possam mais,
Pelas flores virginais
De que se c'roam donzelas,
Pelas lágrimas singelas
Que o primeiro amor derrama,
Por aquela etérea chama
Que a mão de Deus acendeu
E que na Terra alumia
Quanto há na terra do Céu!
Por tudo quanto eu queria
Quando eu sabia querer,
E por tudo quanto eu cria
Quando me era dado crer!
Bem-fadada seja a vida
Que por estas folhas brancas
Sua história há-de escrever!
Que as dores lhe venham mancas
E com asas o prazer!
Esta sina que lhe dou,
Bruxa não na adivinhou,
Nem duende ma ensinou:
Li-a eu por meu condão
Em seus olhos inocentes,
Transparentes - transparentes
Até dentro ao coração.