Ventura! aurora d'outro eterno dia —
Amor — Verdade — Bem — Quanto desprende
Seu vôo cá da terra e quanto estende
Azas no céo, só busca esta harmonia,
E as alturas fechadas! tudo esfria
E morre, lá por cima, e não se entende...
Certo é que o fructo só p'ra terra pende,
Parece que p'ra terra a luz se cria!
Ha tanto quem sem lucta espere havel-a!
Sem se erguer, quêdo o mundo, cuide vêl-a...
Talvez, se assim quedasse, a possuisse!
Chama-se isto voar! Toda essa altura
Dava-a bem por uma hora de ventura...
Antes minha alma não voasse... e visse!
Coimbra, Novembro, 1862.