LOGOS
(Ao sr. D. Nicolas Salmeron)
Tu, que eu não vejo, e estás ao pé de mim
E o que é mais, dentro em mim — que me rodeias
Com um nimbo de afectos e de ideias,
Que são o meu principio, meio e fim...
Que extranho ser és tu (se és ser) que assim
Me arrebatas comtigo e me passeias
Em regiões inominadas, cheias
De incanto e de pavor... de não e sim...
És um reflexo apenas da minha alma,
E em vez de te encarar com fronte calma
Sobresalto-me ao vêr-te, e tremo e exoro-te...
Falo-te, calas... calo, e vens atento...
És um pai, um irmão, e é um tormento
Ter-te a meu lado... és um tyranno, e adoro-te!