Suspende o curso, ó Rio, retrocido

Suspende o curso, ó Rio, retrocido,
Tu, que vens a morrer, adonde eu morro,
Enquanto contra amor me dá socorro
Algum divertirmento, algum olvido.

Não corras lisonjeiro, e divertido.
Quando em fogo de amor a ti recorro
E quando o mesmo incêndio, em que me torro,
Teu vizinho cristal tem já vertido.

Pois já meu pranto inunda teus escolhos,
Não corras, não te alegres, não te rias,
Nem prateies verdores, cinge abrolhos.

Que não é bem, que tuas águas frias,
Sendo o pranto chorado dos meus olhos,
Tenham que rir em minhas agonias.