Abriu a boca, e a rúbida golfada,
Que do seu peito exausto então rompia,
Desmanchava-se em rosas da alvorada
De um sol cor do lençol, que a cobriria.

Ofélia aflita sob a vaga fria,
Quebrando a nota da canção cantada;
Desdêmona no leito, amante e amada,
Idas? por quê? tão de repente um dia...

Dante e Beatriz, Romeu e Julieta,
Laura e Petrarca, Sanzio e Fornarina,
A coorte no céu, do amor eleita,

Guardam-na às portas da mansão divina,
Enquanto um anjo as asas brancas deita
De manso ao rosto, que ela ao colo inclina.