Impotencia cruel, ó vã tortura !
Ó Força inutil, anciedade humana !
Ó circulos dantescos da loucura !
Ó luta, ó luta secular, insana !
Que tu não póssas, Alma soberana,
Perpetuamente refulgir na Altura,
Na Alleluia da Luz, na clara Hosanna
Do Sol, cantar, immortalmente pura.
Que tu não póssas, Sentimento ardente,
Viver, vibrar nos brilhos do ar fremente,
Por entre as chammas, os clarões supérnos.
Ó Sons intraduziveis, Fórmas, Côres !...
Ah! que eu não póssa eternizar as dôres
Nos bronzes e nos marmores eternos !