Conto 11: O Filho do rei e o Filho da Servente que se trocaram
editarTradução:Relato de Contos por Rebbe Nachman/11
[A Troca]
editarCerta vez havia um rei. Em sua casa havia uma servente que servia a raínha (e certamente uma simples cozinheira não é admitida na presença do rei, só que a servente tinha uma outra servente, uma pequena servente). E chegou a hora em que a raínha precisou ter uma criança, e a servente também precisou dar a luz nessa ocasião. E a parteira foi e trocou as crianças para que ela visse o que iria acontecer, o que iria desenvolver disso. E ela pegou a criança do rei e a deitou perto da servente e a criança da servente ela a deitou perto da raínha.
Mais tarde as crianças começaram a se desenvolver. E o filho do rei (ou seja, a criança que foi criada pelo rei, que pensavam que era o filho do rei), o engrandeceram (tornaram elevado), cada vez mais e mais elevado até que ele se tornou muito grande e ele era um ser elevado [1]. E o filho da servente (ou seja, esse que cresceu com a servente, que na verdade era o fillo do rei, conforme mencionado) também foi criado pela servente. E ambas as crianças estudaram juntas em uma escola. E o verdadeiro filho do rei (que é mencionado aqui como filho da servente) tinha sua natureza inclinada para hábitos de um rei só que ele cresceu na casa da servente [2]. E pelo contrário, o filho da servente (que é chamado aqui de filho do rei) tinha a sua natureza inclinada para uma outra educação e não para uma educação de um rei, só que ele cresceu na casa do rei, e ele teve que se comportar de uma forma real pois assim o acostumaram, com esses hábitos.
E a parteira, por terem as mulheres o pensamento leve (ou seja, as mulheres são facilmente influenciáveis) da`athan kaloth [lit. volúveis], ou seja elas não conseguem guardar as coisas para si, então ela foi e contou o segredo para uma pessoa, como que ela trocou as crianças. E cada pessoa tem um amigo e o amigo tem mais um amigo. E assim um contou para o outro até que o segredo se revelou, assim como é o costume no mundo. Até que o mundo conversava sobre isso silenciosamente, que o filho do rei fora trocado. Pois, conversar alto certamente não se podia, pois rei não podia saber, pois o que o rei poderia fazer em uma situação como essa? Pois ele não podia consertar isso. Ele podia não acreditar nisso, talvez isso fosse uma mentira. E como pode alguém voltar para trás e mudar? E por isso certamente não se podia dizer isso para o rei. Apenas as pessoas conversavam entre si silenciosamente sobre isso.
E veio o dia e alguém veio e contou o segredo para o filho do rei, que falavam sobre ele que ele fora trocado, "só que você não pode esclarecer isso pois está além de você, e como esclarecer algo assim? Só que eu estou te contando isso, para que você saiba, pois talvez haja algum dia uma revolta contra o reinado e a revolta pode fortalecer pois eles podem dizer que eles têm o filho do rei como rei, ou seja, esses que dizem sobre ele que ele é o verdadeiro filho do rei, conforme mencionado. Por isso você deve tratar de se livrar do jovem" (assim a pessoa disse tudo isso para o filho do rei, que na verdade era o filho da servente, conforme mencionado).
E o filho do rei foi e começou a fazer coisas ruins para o pai do outro (que na verdade era o seu próprio pai) e ele sempre procurava lhe fazer coisas ruins. E ele sempre lhe causava transtornos, um após o outro para que ele fosse obrigado a ir embora com o seu filho [3]. E todo o tempo em que o próprio rei ainda vivia, ele não tinha tanto poder assim e mesmo assim ele costumava causar-lhe maldades.
Mais tarde, o rei envelheceu e faleceu, e ele tomou o reinado. E ele então fez mais maldades ainda para o pai do outro filho (ou seja, para o pai do filho da servente que na verdade era o filho do rei, e cujo pai era justamente o seu pai, desse que tomara o reinado, pois eles foram trocados, conforme mencionado). E ele lhe fazia maldades de forma que não se soubesse que vinha dele, pois não era bonito diante de todos. E ele toda vez lhe causava transtornos, um após outro.
Então o pai entendeu que ele lhe fazia maldades por causa disso (ou seja, pois as pessoas diziam que as crianças foram trocadas). Então ele chamou e disse ao filho (ou seja, o escravo, o marido servente que estava sendo continuamente transtornado para que mandasse seu filho embora, pois diziam que as crianças foram trocadas, conforme mencionado), e lhe contou toda a estória, e lhe disse: "Eu tenho uma grande piedade de ti [mimah nafshakh[4] , lit. 'de onde quer que sua alma (seja atraída)', possivelmente um duplo significado aqui]: e se você não for o meu filho e sim você for na verdade o filho do rei então eu tenho mais piedade ainda por você, pois esse (ou seja, esse que tomou reinado) quer te destruir completamente, D'-s nos Livre. Por isso, você deve ir embora (ou seja, fugir) daqui".
E isso o machucou muito, e isso era muito ruim para ele. Só que o rei continuava a atormentar toda vez com maldades, uma atrás da outra. Então o filho pensou consigo mesmo (ou seja, o verdadeiro filho do rei que fora trocado), que ele deveria fugir. Então o pai lhe deu muito dinheiro e ele se foi. E ele muito se ressentiu por ele ter sido expulso de seu país sem razão, pois ele considerou consigo mesmo: "Por que aconteceu isso comigo de eu ter sido expulso? Se eu for o filho do rei, certamente eu não mereço isso, de ser banido e mesmo que eu não seja o filho do rei, eu também não mereço isso de ser um fugitivo (ou seja, um refugiado), pois o que eu pequei, de que eu sou culpado?" E isso muito o ressentiu e por causa disso ele começou a beber. E foi para casas de prostituição (ou seja, para casas onde se encontram prostitutas) e ele quiz passar assim os seus anos, ele iria beber e fazer o que o seu coração mandava, e isso por que ele fora banido sem razão.
E o rei (ou seja, o filho do rei, esse que fora trocado e que se tornou rei) tomou o reinado com rigor. E quando ele ouvia algo, que as pessoas murmuravam e conversavam algo sobre isso (ou seja, que eles foram trocados, conforme mencionado) ele os punia, ou seja, os maltratava, torturava e se vingava deles. E ele reinou com força e poder.
E veio o dia, e o rei viajou com seus ministros para uma caçada ("na ulavi" [<Rus.]: isto é, pegar animais), ou seja, capturar animais. E eles chegaram em um belo local, e havia uma fonte de água límpida nesse local. Então eles pararam lá para descansar. E quizeram passear lá, e o rei se deitou um pouco e veio então à sua mente o ato que ele tinha cometido, que ele tinha banido o rapaz sem razão. Pois, seja como for [4]:, se ele for o filho do rei, ele também não merecia de ser banido, pois o que ele pecou? Então o rei se aprofundou nesse pensamento e teve um grande arrependimento pela transgressão e pelo grande pecado que ele tinha cometido. E o rei não podia se dar nenhum conselho, sobre o que fazer. E conversar sobre algo assim não se podia com nenhuma pessoa, para que se pudesse receber um conselho (pois se tem certamente vergonha de conversar sobre isso com outros). E rei ficou então muito preocupado, com uma grande preocupação. Então ele ordenou ao ministros que voltassem, pois por causa que lhe caiu uma preocupação eles já não precisavam passear. Então eles voltaram às suas casas. Assim que o rei chegou em casa, ele certamente teve muitos assuntos e interesses, e ele então se ocupou com seus negócios e esse assunto saiu de sua mente (ou seja, a preocupação e o arrependimento que ele tivera desse à quem ele banira sem razão).
E esse que fora banido (ou seja, o verdadeiro filho do rei) fazia o que fazia e ele desperdiçou seu dinheiro. Certa vez ele foi passear sozinho e ele se deitou. E lhe veio a mente tudo o que ocorrera com ele e ele então começou a ponderar: "o que D'-s Fez comigo? Se eu for o verdadeiro filho do rei, certamente eu não mereço isso, e se eu não for o filho do rei eu também não mereço isso, que eu seja um fugitivo e um depostado". Mais tarde ele pensou consigo mesmo, em sua mente: "Pelo contrário, já que é assim, que D'-s Pode assim Fazer que se troque um filho do rei, e que tudo isso ocorra com ele então estou justificado em me conduzir assim e é correto o que eu fiz. É adequado que eu me conduza assim como eu fiz". Mais tarde ele voltou ao lugar onde ele estava e ele novamente começou a beber. Só que como ele já começara a ter um arrependimento ele costumava então ficar confuso com os pensamentos de arrependimento e perdão que lhe vinham a mente toda vez.
[O sonho, o trabalho e a floresta]
editarCerta vez ele se deitou e ele sonhou, que nesse nesse local havia uma liquidação nesse e nesse dia e que portanto ele iria para lá. E que a primeira chance que aparecesse para ele de ganhar algo, ele a faria imediatamente, mesmo que não fosse adequado à sua honra (assim ele sonhou). E e então acordou. E o sonho lhe entrou muito no pensamento, pois às vezes ocorre que a coisa passa logo do pensamento, só que esse sonho lhe entrou muito no pensamento. Apesar disso lhe era muito difícil de fazer isso. E ele continuou bebendo e o sonho novamente foi sonhado várias vezes e o sonho muito o confundiu.
Certa vez lhe disseram no sonho: "Se você quizer ter pena de ti você deve fazer assim". (Ou seja, que ele fosse até a liquidação etc…, conforme mencionado) . Então ele já precisava realizar o sonho. E ele foi e deu o resto do dinheiro que ele ainda tinha, para o alojamento onde ele estivera, boas vestimentas que ele tinha ele também deixou na estância. E ele pegou para si roupas simples como dos comerciantes, ou seja, uma "Pintche" e partiu para a liquidação (feira).
E lá chegou. E ele acordou muito cedo e foi até a liquidação. Então um comerciante o encontrou lhe disse: "Você quer lucrar algo?" E ele respondeu: "Sim". Então ele lhe disse: "Eu preciso conduzir animais por aqui [behemoth, dumb beasts][5], assim você se aluga para mim". E ele não teve tempo de pensar consigo mesmo por causa do sonho, citado anteriormente, pois o sonho era que o primeiro negócio ele deveria aceitar, etc…, conforme mencionado. E ele logo respondeu: "Sim". E o comerciante logo o alugou. E logo começou a lhe dar ordens assim Como um senhor com os seus serventes. E ele começou a ponderar o que ele tinha feito pois ele certamente não era adequado a um serviço como esse pois ele era uma pessoa fina e agora ele precisava conduzir animais, e ele precisaria caminhar à pé entre os animais. Porém ele já não podia mais se arrepender e o comerciante o ordenava assim como um senhor. Então ele perguntou ao comerciante: "Como eu irei sozinho com os animais?" E ele lhe respondeu: "Eu tenho mais condutores que conduzem meus animais, assim você vai junto com eles". E ele então lhe deu à mão alguns animais para que ele os conduzisse. Então ele conduziu os animais para fora da cidade e lá se juntaram à ele o resto dos condutores que dirigiam os animais.
E eles caminharam juntos, e ele dirigiu os animais e o comerciante ia montado em um cavalo e ia com eles. E o comerciante dirigia com crueldade (ou seja, com nervosismo e sem piedade) e em relação à ele ele era ainda mais cruel, e ele tinha muito e muito medo do comerciante pois ele viu que ele agia com muita crueldade e nervosismo para com ele. E ele tinha medo, pois talvez ele lhe desse uma pancada com o seu bastão e ele então morreria imediatamente (pois o filho do rei era uma pessoa muito fina e por causa de sua grande fineza ele estava muito amedrontado e então imaginava isso). E ele foi com os animais e comerciante junto com eles. E ele chegaram em um local. E pegaram o saco onde lá estava o pão dos condutores e lhe deram de comer. E também lhe deram do pão. E ele comeu.
Mais tarde eles passaram por uma densa floresta e dois animais dentre os seus animais penetraram floresta à dentro. Então o comerciante lhe deu um grito e ele foi então atrás dos animais para os pegar. E os animais fugiram mais adiante e ele os perseguiu ainda mais e por causa que a floresta era muito densa assim que ele entrou floresta à dentro eles já não se viram um ao outro. E ele logo desapareceu (ou seja, sumiu) dos seus olhos (ou seja, dos outros que vieram com ele). E ele (ou seja, o filho do rei) que através dele se perderam os dois animais continuou indo atrás dos animais e eles continuavam fugindo. E ele os perseguiu ainda muito.
Até que ele chegou dentro de uma floresta muito densa e ele então pensou consigo mesmo: "Seja como for eu morrerei pois se eu voltar sem os animais eu morrerei através do comerciante", pois por causa do grande medo que ele tinha do comerciante, ele assim imaginava, que o comerciante iria matá-lo se ele voltasse sem os animais. "E se eu aqui ficar eu também morrerei através dos animais da floresta". Então ele pensou consigo mesmo: "Para que eu devo voltar para o comerciante? Como eu posso voltar para ele sem os animais?" Pois ele tinha um grande medo dele. Então ele foi e novamente perseguiu os animais e eles continuaram fugindo. Nesse ínterim anoiteceu e algo assim nunca lhe ocorreu de ele precisar passar a noite sozinho em uma floresta tão densa assim. E ele ouviu o barulho dos animais que assim emitiam como era de costume. Então ele pensou consigo mesmo e subiu em uma árvore e pernoitou lá. E ele ouviu o som dos animais que gritavam assim como é o costume deles.
De manhã ele deu uma espiada e ele viu que os animais estavam situados diante dele. Ele então desceu da árvore e foi pegá-los. Eles fugiram mais adiante e ele os perseguiu mais adiante. E eles fugiram mais adiante, e os animais encontraram lá algumas ervas para comer e eles se inclinaram para comer. Então ele foi pegá-los e eles fugiram mais adiante e assim ele continuou perseguindo-os e eles fugiram, ele os perseguia mais e eles fugiam. Até que ele entrou em uma floresta muito densa, onde lá já existiam animais [6] que não tinham nenhum medo dos homens pois eles estavam longe do povoado. E novamente anoiteceu e ele ouviu a voz que os animais emitiam e ele ficou muito amedrontado.
Mais tarde ele viu como ali se encontrava uma árvore muito grande. Então ele subiu na árvore. Assim que ele subiu na árvore, ele viu que lá estava uma pessoa. Então ele se amedrontou. Apesar disso, ele teve prazer por ter encontrado lá uma pessoa. Então eles se perguntaram um ao outro: "Quem é você?" "Uma pessoa". "Quem é você?" "Uma pessoa". "De onde você vem?" E ele não quiz contar tudo o que fizeram com ele, então ele lhe respondeu: "Através dos animais que eu dirigia. Dois dos animais se desviaram para cá e através disso eu cheguei até aqui". E ele novamente perguntou ao outro homem que ele encontrou lá na árvore: "De onde você veio para cá?" E ele lhe respondeu: "Eu vim aqui através do cavalo. Pois eu estava conduzindo cavalo e eu parei para descansar um pouco e o cavalo fugiu floresta à dentro, então eu o persegui para capturá-lo, e o cavalo fugiu mais adiante até que eu cheguei aqui.
Então eles fizeram um acordo entre eles que eles estariam firmes um com o outro e eles conversaram entre eles que mesmo que eles chegassem em um povoado eles se manteriam firmes um com o outro. E eles lá pernoitaram ambos e eles lá ouviram a voz dos animais, como eles emitiam e tanto gritavam. Perto do amanhecer ele ouviu uma grande risada (ha ha ha) por toda a floresta (ou seja, a voz da risada atingia toda a floresta) pois era uma risada muito grande, até que a árvore tremeu por causa do barulho da risada. E ele ficou muito amedrontado e teve um grande medo disso. E o outro então lhe disse (ou seja, o homem que ele encontrou lá na árvore): "Eu já não tenho medo disso pois eu já dormi aqui várias noites e cada noite é assim, assim que o dia se aproxima se ouve essa risada até que todas as árvores tremem e se agitam".
Ele estava muito amedrontado e disse para o outro: "Parece que essa é a terra desses seres (ou seja, dos demônios), pois em um povoado não se ouve por completo uma risada assim pois quem ouviu uma risada assim em todo o mundo? Depois se fez imediatamente dia, e eles deram uma olhada e eles viram os seus animais postados. E o cavalo do outro também estava postado. Então eles desceram e começaram a perseguir, esse atrás dos animais esse atrás do cavalo e os animais fugiram mais adiante e ele continuava a perseguir etC…, conforme mencionado anteriormente. E assim o outro perseguia o cavalo e o cavalo fugia até que eles se afastaram um do outro. E um já não sabia mais do outro.
Nesse ínterim ele encontrou (ou seja, o filho do rei que perseguia os animais) um saco de pão. E isso era certamente muito importante em um deserto. Ele então pegou o saco nas costas e seguiu os animais.
[O homem da floresta]
editarNesse ínterim ele encontrou um homem. No começo ele se amedrontou mas apesar disso ele teve um pouco de prazer, por ele ter encontrado uma pessoa por lá. Então o homem lhe perguntou: "Como você veio até aqui?" E ele perguntou de volta ao outro homem: "Como você veio aqui?" Então esse outro homem lhe respondeu: "Eu! (em um tom de surpresa), meus pais e os pais dos meus pais cresceram aqui. Mas você! Como você veio até aqui? Por aqui não vem nenhum homem do povoado". Então ele ficou muito amedrontado pois ele entendeu que ele não era um homem, pois ele disse que os seus pais cresceram lá, e que nenhum homem do povoado vinha para lá, então ele entendeu que ele não era um homem por completo. Porém, apesar disso, ele não lhe fez nada e ele se aproximou dele (ou seja, o homem da floresta não fez nenhum mal ao filho do rei que estava perseguindo os animais) e o homem da floresta lhe disse: "O que você faz aqui?" E ele lhe respondeu: "Eu estou perseguindo os animais".
Então o homem lhe disse: "Pare de perseguir os teus pecados, pois isso não são animais, são apenas os teus pecados que estão te dirigindo assim. Já é suficiente, você já recebeu o teu (ou seja, a tua punição você já recebeu), agora pare de persegui- los mais. Venha comigo e você chegará até o teu objetivo". Então ele foi com ele ele teve medo de conversar com ele e de lhe perguntar algo pois uma pessoa assim talvez abra a boca e o engula. Então ele o seguiu.
Nesse ínterim ele encontrou o amigo, que perseguia o cavalo e assim que ele o viu ele imediatamente lhe fez um sinal de que esse não era um homem por completo e que ele não fizesse negócios com ele pois ele não era un homem. E ele logo foi e suspirou isso no ouvido de que ele não era um homem etc… (conforme mencionado). Nesse ínterim o outro deu uma (ou seja, o homem do cavalo) e ele viu que ele tinha um saco com pão na costa. Então ele começou a lhe implorar: "Irmão, já têm muitos dias que eu não como, dê-me pão". Ele então lhe respondeu: "Aqui no deserto nada ajuda pois minha vida é mais importante, eu preciso desse pão para mim". E ele começou a lhe implorar e ele muito lhe implorou: "Eu te darei o que eu te darei". (Só que no deserto nenhum presente ajuda para comprar o pão). E ele lhe respondeu: "O que você pode me dar pelo pão no deserto?" E ele lhe disse (ou seja, o homem do cavalo que lhe implorou pelo pão disse para o homem dos animais que era o verdadeiro filho do rei): "Eu te dou à mim mesmo por completo eu me vendo à ti como escravo pelo pão". Então ele pensou consigo mesmo (ou seja, o homem dos animais, conforme mencionado): "Para comprar uma pessoa vale a pena lhe dar o pão". Então ele o comprou como um eterno escravo, e ele o fez jurar com juramento que ele seria o seu eterno escravo mesmo que eles viessem à um povoado, e que ele lhe daria pão, ou seja, que eles ambos comeriam do saco do pão até que ele terminasse.
E eles ambos foram juntos e seguiram o homem da floresta. E o escravo o seguia (ou seja, o homem do cavalo que se vendeu como escravo seguiu o homem dos animais pois ele já era o seu escravo. E eles ambos seguiram o homem da floresta) . E nesse ínterim já lhe era um pouco mais fácil (pois ele já tinha um escravo. E quando ele precisava erguer alguma coisa ou fazer alguma coisa ele ordenava o seu escravo para que ele lhe erguesse ou fizesse algo). E eles seguiram juntos o homem da floresta até que eles chegaram em um lugar onde lá haviam cobras e escorpiões e ele ficou amedrontado. E devido ao medo ele perguntou ao homem da floresta: "Como é que nós vamos passar por aqui?" E ele lhe respondeu: "Não só isso "Ella ma'i (mas e então? isso não é uma maravilha?)[7], como você vai entrar em minha casa" E lhe mostrou sua casa, como ela ficava no ar. Então eles foram com ele (ou seja, com o homem da floresta) e ele os conduziu em paz e eles os trouxe até sua casa e lhes deu de comer e beber. E foi-se embora.
E ele (ou seja, o verdadeiro filho do rei que conduzira os animais) se utilizava do seu escravo em tudo o que ele precisava. E o escravo muito se ressentiu por ter se vendido como escravo por uma hora em que precisava de pão para comer, pois agora ele já tinha o que comer e apenas por causa de uma hora ele era um eterno escravo. E ele deu um grande suspiro: "Até onde eu cheguei que eu devo ser agora um escravo!" E ele lhe perguntou (ou seja, verdadeiro filho do rei que era o seu dono lhe perguntou): "Que grandeza você teve que agora você se lamenta que você chegou a esse ponto"?
E ele lhe respondeu e lhe contou, por ele ter sido um rei e que falavam sobre ele que ele tinha sido trocado etc…, conforme mencionado (pois o homem do cavalo era justamente o próprio rei que na verdade era o filho da servente) e que ele tinha banido o seu amigo (ou seja, o verdadeiro filho do rei), e que certa vez lhe veio a mente que ele não tinha agido adequadamente. E ele se arrependeu etc… E então costumavam vir à ele arrependimentos constantes pelo ato ruim e pela grande transgressão que ele fizera ao seu amigo. Certa vez ele sonhou que a sua forma de se redimir era que ele abandonasse o reino e que ele partisse até onde os seus olhos o levassem e dessa forma ele se redimiria do seu pecado. E ele não quiz fazer isso, mas os sonhos costumavam sempre lhe confundir, para que ele assim fizesse, até que lhe ficou na mente que ele assim o faria. E ele então abandonou o reino e foi para onde foi até que chegou aqui. E agora ele tinha que ser um escravo.
E o outro ouviu tudo isso e ficou quieto (ou seja, o verdadeiro filho do rei que conduziu os animais, ouviu tudo isso o que lhe contaram), e pensou consigo mesmo: "Eu já vou saber como me conduzir contigo...".
À noite, veio o homem da floresta e lhes deu de comer e beber, e eles pernoitaram lá. Ao amanhecer eles ouviram essa grande risada (mencionada anteriormente) até que todas as árvores tremeram. E quebrou todas as árvores (o som da risada). Então ele lhe disse (ou seja, o escravo persuadiu o verdadeiro filho do rei que era o seu amo) para que ele perguntasse ao homem da floresta o que era isso. Então ele lhe perguntou: "O que é essa tão grande risada ao se aproximar o dia?" E ele lhe respondeu: "Essa é a risada que o dia dá para a noite, pois a noite pergunta ao dia, "por que é que quando você chega eu não tenho nenhum nome?" Então o dia dá uma grande risada e então se faz dia, e essa é a risada que se ouve quando o dia se aproxima. E isso foi para ele uma grande maravilha pois isso era algo muito extraordinário que o dia risse da noite (continuar perguntando ele já não podia depois que o outro respondeu nessa linguagem).
De manhä, o homem da floresta novamente se foi e eles lá comeram e beberam. À noite ele novamente veio e eles comeram e beberam e pernoitaram lá. À noite eles ouviram as vozes dos animais como eles todos gritavam e faziam ruídos com vozes selvagens. O leão rugiu, e o leopardo emitiu um som diferente e assim todos os outros animais, cada animal com uma voz diferente. E os pássaros piavam e assobiavam e assim todos gritavam com vozes selvagens. E no começo, eles ficaram muito amedrontados e por isso eles não ouviram atentamente as vozes por causa do medo. Mais tarde, eles inclinaram os ouvidos e escutaram, então eles ouviram que esse era um som de uma música que eles cantavam, uma música muito melodiosa e isso era uma novidade maravilhosa. Então eles escutaram ainda mais e eles ouviram que era uma música incrivelmente maravilhosa e que era uma novidade incrível e que era um grande prazer de escutar, e que todos os prazeres do mundo não eram nada e não valiam nada comparado com o incrível e grande prazer que se tinha quando se ouvia essa música maravilhosa. Então eles falaram entre si que eles ficariam lá pois lá eles tinham o que comer e o que beber. E lá eles tinham um prazer tão grande que era uma novidade tal que os outros prazeres do mundo se anulavam em relação à esse prazer. E o escravo persuadiu o amo (ou seja, o verdadeiro filho do rei) que ele lhe perguntasse (ou seja, ao homem da floresta), o que era isso ele lhe perguntou.
E ele lhe respondeu: "Por ter o sol feito uma vestimenta para a lua, então todos os animais da floresta proclamaram que devido à lua lhes fazer grandes favores, pois o poder deles, dos animais é principalmente apenas à noite, pois às vezes eles precisam entrar dentro do povoado e de dia eles não podem, então o seu poder é principalmente apenas à noite, e a lua lhes faz um tamanho favor que ela lhes ilumina à noite, e portanto eles todos concordaram em fazer uma música nova em honra da lua e essa é a música que vocês ouviram que isso era uma música eles prestaram mais atenção ainda. E eles ouviram que era uma música muito doce e maravilhosa que era uma novidade extremamente maravilhosa.
Então ele lhes falou (ou seja, o homem da floresta): "Por que isso é para vocês tamanha novidade Ella ma'i [Mas o quê então?][7] — Eu tenho um instrumentot[8] ? Afinal, eu tenho um instrumento que eu recebi dos meus pais que eles herdaram dos pais dos seus pais, e o instrumento é feito com determinadas coisas e determinadas folhas e determinadas cores que quando se pega o instrumento e o colocam sobre um determinado animal ou sobre um determinado pássaro então ele imediatamente começa a tocar essa música (ou seja, a música que os animais tocaram lá)". Mais tarde novamente veio a risada, e se fez dia e o homem da floresta novamente se foi, e ele (ou seja, o verdadeiro filho do rei) foi procurar o instrumento. E ele procurou em todo o quarto e ele não encontrou e mais adiante ele teve medo de ir. E eles ( ou seja verdadeiro filho do rei com seu escravo que era filho da servente que anteriormente era o rei ) tinham medo de dizer ao homem da floresta para que ele os conduzisse até povoado.
Mais tarde veio o homem da floresta e lhes disse que ele os conduziria até o povoado. Então ele os conduziu até o povoado e ele pegou o instrumento mencionado acima e o deu ao verdadeiro filho do rei e lhe disse: "O instrumento eu te dou de presente e com esse (ou seja, com o escravo que fora anteriormente rei, conforme mencionado), você saberá como se conduzir com ele". Então eles lhe perguntaram: "Para onde nós deveremos ir?" E ele lhes disse, que eles perguntassem pelo país que era conhecido pelo nome: "O tolo país e o sábio rei" (Das Nayrishe Land un der Kluger Malchus). E eles lhe perguntaram: "Em que lado [Yid. tsayt[9]; compare com zayt further below; Heb. tzad] nós deveremos começar a perguntar sobre o país?" Ele então lhes mostrou com a mão: "Esse lado" (assim como alguém mostra com o dedo)". E o homem da floresta falou para o verdadeiro rei: "Vá para esse país e lá você chegará à tua grandeza".
[A Terra Louca com o Rei Sábio]
editarEntão eles foram para onde eles foram. E eles queriam muito achar algum animal ou besta para poderem provar o instrumento, se ele podia tocar (conforme mencionado), mas eles não viram nenhum animal. Depois eles entraram mais à dentro do povoado. E eles acharam uma besta. E eles colocaram o instrumento sobre ela e ele começou a tocar a música (mencionada acima). Então eles foram e foram até que eles chegaram ao país. E o país era cercado de muralhas e não se podia entrar no país exceto através de um portão. E precisava-se rodear várias milhas até chegar ao portão. Então eles caminharam até que eles chegaram ao portão. Quando eles finalmente chegaram ao portão não lhes queriam deixar entrar pois o rei do país morrera, e ficou o filho do rei. E o rei deixara um testamento de que até então chamavam o país de: "O tolo país e o sábio rei" Das Nayrishe Land un der Kluger Malchus e agora já lhe deveriam chamar pelo contrário: "O sábio país e o tolo rei" Das Kluger Land un der Nayrisher Malchus. Por isso não deixavam ninguém entrar no país, exceto esse que assumir a tarefa de que ele devolverá ao país nome original Das Nayrishe Land un der Kluger Malchus. Então lhe disseram: "Você pode assumir que você devolverá ao país o nome original?" Ele certamente não podia assumir isso. Então eles não puderam entrar. Então o escravo o persuadiu de voltar para casa, mas ele não queria voltar pois o homem da floresta lhe dissera que ele fosse para o país e que lá ele chegaria à sua grandeza.
[Outro Cavaleiro; Compreendendo uma coisa da outra]
editarNesse chegou lá um outro homem que montava em um cavalo e queria entrar. E também não lhe queriam deixar entrar por causa disso (conforme mencionado). Nesse ínterim ele viu o cavalo desse outro homem postado. Então ele foi e pegou o instrumento e o colocou sobre o cavalo. E então ele começou a tocar a linda música (conforme mencionado). Então o homem do cavalo muito lhe pediu para que ele lhe vendesse o instrumento. E ele lhe respondeu: "O que você pode me dar por um instrumento tão maravihoso como esse?"
Então o homem do cavalo lhe disse: "O que você pode fazer com o instrumento? Você só pode fazer com ele uma comédia e receber dinheiro. Eu conheço algo que é melhor do que o teu instrumento. Eu sei algo que eu recebi dos pais dos meus pais, que te faz ser um entendedor de coisa através de coisa [mevin davar mitokh davar], ou seja, eu sei algo assim que eu recebi dos pais dos meus pais que através disso pode-se tornar um entendedor de coisa através de coisa (que se possa compreender uma coisa através de uma outra coisa). Quando alguém fala uma determinada conversa pode-se através disso que eu recebi entender uma coisa através de uma coisa (ou seja, uma coisa através da outra) e eu não contei isso para ninguém no mundo. Portanto eu vou te ensinar essa coisa especial e você me dará esse instrumento especial em troca.
Então ele pensou consigo mesmo (ou seja, verdadeiro filho do rei que tinha o instrumento) que era na verdade uma grande novidade saber coisa através de coisa. Então ele lhe deu o instrumento. E ele (o homem do cavalo) foi e lhe ensinou como entender coisa através de coisa. E o verdadeiro filho do rei pelo fato de já ter se tornado um entendedor de coisa através de coisa, foi até o portão do país e compreendeu então que era possível que ele assumisse que ele devolveria ao país o seu nome original pois ele já se tornara um entendedor de coisa através de coisa. Por isso ele entendeu que era possível, apesar de ele ainda não saber como. Mesmo assim ele poderia fazer isso, de devolver o nome original para o país, apesar de tudo, pois por ele ter se tornado um entendedor de coisa através de coisa, ele compreendeu que era possível.
Então ele pensou consigo mesmo que ele pediria para deixarem-no entrar e que ele assumiria que ele iria devolver ao país o seu nome original. O que ele tinha a perder lá? Então ele disse (para as pessoas que não lhe queriam deixar entrar) que eles lhe deixassem entrar e que ele assumiria a tarefa de devolver ao país o seu nome original. Então eles o colocaram dentro e anunciaram aos ministros que se encontrava uma pessoa que assumira a tarefa de devolver ao país o seu nome original. E o levaram até os ministros do país.
E os ministros lhe disseram: "Você deve saber que nós também não somos tolos, D'-s nos Livre. Só que o rei que havia [10] era um sábio incrivelmente grande, que comparado à ele nós todos éramos tolos e por isso costumavam chamar o país de "O tolo país e o sábio rei" (malkhuth). Mais tarde o rei morreu e ficou o filho do rei. E filho do rei também é um sábio, só que comparado conosco ele não é nenhum sábio, e por isso nós chamamos o país agora pelo contrário, "o sábio país e o tolo rei".
E o rei deixou um testamento de que caso se encontrasse um sábio tal que pudesse devolver ao país o nome original, que ele fosse o rei. E disse ao filho que se encontrassem uma pessoa assim, que ele então deveria largar o reinado, ou seja, caso se encontrasse um tal sábio, que seria um sábio tão excepcional, que comparado com ele todos eles fossem tolos, de que ele então fosse o rei. Pois as pessoas novamente dariam ao país o nome original: "O tolo país e o sábio rei", pois eles seriam todos tolos comparados com ele. Portanto, saiba você que você está assumindo para ti" (assim os ministros disseram para ele).
[O Teste: O Jardim e o Homem]
editarE disseram-lhe mais: "Haverá uma prova se você é um tal sábio. Pois existe aqui um jardim que foi deixado pelo rei que havia aqui e que era um sábio muito grande. E o jardim é uma novidade espetacular. Crescem nele instrumentos de metal (ou seja, instrumentos de ferro), instrumentos de prata e instrumentos de ouro e ele é uma novidade muito incrível. Só que não se pode entrar no jardim pois quando uma pessoa entra jardim à dentro, imediatamente começam à persegui-lo. E o perseguem. E ele grita e ele não sabe nada e ele não vê nada, nem quem o persegue e assim o perseguem sempre até que o fazem fugir do jardim. Portanto vamos ver se você é um sábio, se você vai ser capaz de entrar no jardim".
E ele perguntou se batem nas pessoas que entram lá dentro. E eles lhe disseram: "O principal é que o perseguem. E ele não sabe nada sobre quem o persegue e ele então precisa fugir com um grande pânico". Pois assim lhes disseram pessoas que lá entraram (assim falaram os ministros para verdadeiro filho do rei).
Então ele se levantou e foi para o jardim. E ele viu que havia uma muralha ao seu redor, e que o portão estava aberto e que não havia lá nenhum guarda pois certamente não se precisava de nenhum guarda para o jardim (pois ninguém conseguia entrar dentro dele, conforme mencionado) Então ele foi cerca do jardim (ou seja, o verdadeiro filho do rei) e ele deu uma espiada. E ele viu que havia lá, perto do jardim um homem. Ou seja, havia lá desenhado um homem [11]. Então ele novamente deu uma espiada e ele viu que sobre o homem havia uma tábua e lá estava escrito que esse homem havia sido um rei há muitas centenas de anos atrás e que na época desse rei houvera paz. Pois até o rei tinham ocorrido guerras, e também depois dele ocorreram guerras, e na época desse rei houvera paz.
Então ele compreendeu, pois ele era um entendedor de coisa através de coisa de que tudo dependia desse homem. Que quando se entra jardim à dentro e começam à persegui-lo não se precisava fugir, apenas ficar ao lado desse homem e com isso ele se salvaria. Mais do que isso, que caso levassem essa pessoa e a colocassem dentro do jardim [12], então toda pessoa poderia entrar em paz dentro do jardim (assim compreendeu isso tudo o verdadeiro filho do rei pois ele era um entendedor de coisa através de coisa).
Então ele se levantou e entrou jardim à dentro. E logo que começaram à persegui-lo, ele foi e se colocou perto do homem que estava perto do jardim do lado de fora e através disso ele saiu em paz e não sofreu nenhum dano. Pois os outros quando entraram dentro do jardim e começaram à persegui- los, fugiram em grande pânico e por isso eles foram punidos. E ele saiu em paz e tranquilidade.
Pelo fato de ele ter se colocado perto homem. E os ministros viram isso e ficaram muito surpreendidos por ele ter saído em paz. Mais tarde ele ordenou (ou seja, o verdadeiro filho do rei ordenou) que pegassem o homem e o colocassem dentro do jardim. E eles assim o fizeram e assim todos os ministros entraram dentro do jardim e eles passearam lá e saíram em paz.
[Outro teste: o trono e as coisas ao seu redor]
editarEntão os ministros lhe disseram: "Mesmo assim, apesar de nós termos visto tamanha proeza de ti, mesmo assim, por causa de uma coisa ainda não é adequado te dar o reinado. Nós vamos te provar em mais uma coisa. Por ter aqui o trono do rei que aqui existiu, e esse trono é muito alto e ao lado do trono estão todos os tipos de animais e pássaros encravados na madeira, e diante do trono está colocada uma cama e ao lado da cama está colocada uma mesa e sob a mesa está colocado um candelabro e do trono saem caminhos bem delineados ref>gishlagineh vegin, lit. "caminhos batidos"</ref> e os caminhos são construídos com muralhas e os caminhos saem do trono em todas as direções [zaytin[13]; veja acima onde está escrito com um "tsayt" tzaddi] e nenhuma pessoa sabe algo sobre o significado do trono e dos caminhos. E nos caminhos, quando saem e se distanciam um pouco, se encontra lá um leão de ouro e quando uma pessoa se aproxima dele ele então abre a boca e o engole, e mais adiante do leão o caminho se extende ainda mais e assim também com os outros caminhos que saem do trono, ou seja, nos outros caminhos que saem do trono em uma outra direção também é assim, quando o caminho se estende uma certa distância, se encontra lá um outro animal, ou seja, um leopardo [Iíd. lempert, Heb. lavi' leão] de ferro e lá também não se pode ir (conforme mencionado, pois ele irá engolí-lo). E mais adiante do leopardo o caminho se estende mais ainda. E assim é nos outros caminhos. E esses caminhos se estendem e cobrem todo o país e nenhuma pessoa sabe sobre o significado do trono com todas essas coisas e caminhos.
Portanto você será testado com isso, se você é capaz de saber o significado do trono com tudo isso". Então lhe mostraram o trono. E ele viu que ele era muito alto etc... Então ele foi até perto do trono e deu uma espiada. E ele entendeu que o trono fora feito com a madeira da caixa (ou seja, o instrumento que o homem da floresta lhe presenteara, conforme mencionado) . Então ele novamente espiou e ele viu que faltava no trono, no topo [rayzile, Heb. shoshanah], uma espécie de rosa e que se o trono tivesse essa rosa, o trono teria o poder caixa (ou seja, do instrumento mencionado anteriormente que tinha esse poder de que quando colocado sobre algum animal ou besta etc... ele começava a tocar, conforme mencionado). Então ele novamente espiou e ele viu que a rosa que faltava no topo do trono, essa rosa estava colocada em baixo do trono. Precisava-se tirar essa rosa de baixo e colocá-la no topo e assim o trono teria o poder da caixa (mencionada anteriormente), pois o rei que existira [10] fizera cada coisa com sabedoria e trocou tudo de forma que ninguém entendesse o que ele queria dizer, até que viesse um sábio tão grande assim que iria compreender e seria capaz de entender como mudar tudo e ordenar todas as coisas como era preciso.
E assim a cama, ele entendeu que precisava-se movê-la um pouco do lugar onde ela estava e assim a mesa também precisava-se movê-la um pouco do lugar e assim o candelabro precisava-se movê-lo um pouco do seu lugar. E assim os pássaros e os animais precisava-se também movê-los à todos. Pegar esse pássaro desse lugar e colocá-lo nesse lugar, e assim todos, deveriam colocá-los de forma diferente. Pois o rei trocara propositadamente tudo com sabedoria para que ninguém soubesse o que significava até que chegasse o sábio que seria capaz de entender como arrumá-los conforme era preciso.
E assim o leão que estava lá onde caminho se estendia precisava-se coloca-lo em outro lugar e assim todos precisavam ser reposicionados. Então ele ordenou que se colocasse tudo conforme era preciso, que se pegasse a rosa de baixo e a colocasse no topo e assim todas as coisas que as reposicionassem e as colocassem de forma diferente (assim como era preciso, assim como ele ordenara).
E assim que fizeram isso todos eles começaram a tocar a música maravilhosa que era uma novidade espetacular. E eles todos fizeram aquilo que eles precisavam fazer e assim lhe deram o reinado (ou seja, ao verdadeiro filho do rei que mostrou toda essa sabedoria, conforme mencionado) Então ele lhe chamou e disse ao filho do servente: "Agora eu entendo que eu realmente sou o verdadeiro filho do rei e você é o filho da servente de verdade".
[Notas Seguintes à Estória]
editarAntigamente quando se costumava falar sobre "Cabala" costumava-se falar com essa linguagem (como a do conto etc...). O conto é uma novidade extraordinária. Tudo é um, os animais etc..., o trono, o jardim, etc... É tudo um. Às vezes se chama assim e às vezes assim. A explicação do conto é como o trono que o rei fez, onde a sabedoria principal é a de saber como ordenar cada coisa em seu devido lugar. E assim também quando se é um grande entendido em livros e um grande sábio de verdade ele pode entender essa explicação. Só que se deve saber como fazer uma boa ordem pois às vezes a coisa se chama assim e às vezes assim. Feliz é aquele que terá o mérito de entender isso. Isso tudo ele mesmo, que ele descanse em paz, falou após o conto.
A nota do tradutor: "Y" indica notas que aparecem após o texto iídiche, "H" indica notas que aparecem após o texto hebraico, e "YH" indica notas encontradas em ambos.
H: (Estas também são as palavras de Rabbeinu n'y ['nero ya'ir', "deixe sua luz brilhar"]; depois que ele contou essa história, ele falou e disse estas palavras:)
Y: Em gerações anteriores, quando eles iriam discutir cabala seria falado em tal linguagem (como esta história é). H: Pois até Rashbi eles não discutiriam a cabala abertamente; apenas Rashbi divulgou a cabala abertamente; e antes, quando os amigos falavam cabala, falavam em tal língua: "Quando colocavam a arca sobre os bois, começaram a cantar." </ref> Erro de citação: Elemento de fecho </ref>
em falta para o elemento <ref>
etc .[é supérfluo]. E isso é que a noite disse para o dia: "Por que é que quando você chega eu não tenho nome?" (como expresso acima), pois no dia uma lâmpada não aproveita nada.
YH: A explicação da história é como o trono que o rei fez, como mencionado, como a principal sabedoria é que é preciso saber como ordenar as coisas; portanto, quem é adepto nos livros e seu coração é todo pode entender a explicação; no entanto, as coisas têm de ser bem ordenadas, pois às vezes é chamado de isso e às vezes é chamado assim, e da mesma forma com o resto das coisas, isto é, com a explicação da história, às vezes o homem da história acima é chamado por este nome, e às vezes por um nome diferente, e da mesma forma com o resto das coisas. Sorte é aquele que terá o privilégio de entender essas coisas para a sua verdade. Y: Tudo isso ele mesmo a'h disse após a história. H: Barukh Hashem le'olam, amé m'am'/ Blessed be Hashem forever, Amém e Amém. (Estas são palavras inteiramente Rabbeinu haKadosh, a'h'ztz'l.)
- ↑ groisser beryeh
- ↑ `eved, servo; "escravo ou servo;" marido da serva
- ↑ la`akor, aqui significa deixar a pátria
- ↑ 4,0 4,1 Expressão talmúdica que introduz mais de uma alternativa
- ↑ Pl. Behemoth, cantar. behemah. Em essência, behemah significa 'besta boba', mas behemoth geralmente denota 'gado' (grande ou pequeno, por exemplo, vacas ou ovelhas); em outras palavras, animais domésticos quadrúpedes, especialmente de espécies com chifres. Figurativamente, behemah denota um animal em oposição ao homem. Como fica claro nesta história que o behemoth aqui são simbólicos dos desejos animalescos de uma pessoa, e nenhuma palavra em inglês pode transmitir todos esses significados, deixamos sem tradução aqui.
- ↑ Pl. chayoth , canta. chayah . Este é o termo geral mais comum para 'animais', para que possa ser traduzido como 'animais' ou 'bestas'. Em hebraico, no entanto, 'chayoth' geralmente não indica gado, pássaros, peixes ou insetos; de fato, algumas vezes o autor se refere a 'chayoth' e pássaros juntos, como complementos, indicando que 'chayoth' em tais contextos refere-se a animais terrestres. Nesta primeira ocorrência, os 'chayoth' parecem ser bestas selvagens da floresta; mas geralmente, animais domésticos que não são animais, como cães, gatos, gerbos etc. também podem ser chamados chayoth. Assim, nós a traduzimos como 'bestas' ou a deixamos sem tradução.
- ↑ 7,0 7,1 uma Aramaica/Talmudica expressão
- ↑ keli, não necessariamente um "musical instrumento" por si. Keli é sinônimo de 'ferramenta' ou 'dispositivo' e um instrumento musical é um keli-zemer.
- ↑ Tsayt com um tzaddi — uma comum ortografia para 'lado', que geralmente é zayt conforme Ger. Seite. Nota do tradutor: há uma dica aqui.
- ↑ 10,0 10,1 Iíd. der melekh vas er iz given, Heb. hamelekh shehayah
- ↑ Se iz dart given oysgemalt a mensh. Parece que, no contexto, a representação é uma estátua, mas também pode ser uma imagem bidimensional.
- ↑ me zal im arayn shtelin inveynik in der gartin arayn; veya`amidu oto lifnim betokh hagan hazeh: ambas as frases têm expressões extras para 'dentro'
- ↑ Zaytin aqui está escrito normalmente, com um zayin. Heb. é parado tzad.