Conto 8: O Rabino e seu Filho Único
editarTradução:Relato de Contos por Rebbe Nachman/8
Certa vez havia um rabino. O rabino não tinha nenhum Filho. Mais tarde ele teve um filho único. E ele o criou e o casou. 0 filho único costumava sentar-se em um sótão e estudar assim como era o costume dos ricos e costumava estudar e rezar sempre. Só que ele sentia que lhe faltava algo e não o que e ele não sentia nenhum gosto nos estudos e nas rezas. E contou isso para dois jovens. E eles lhe deram um conselho, que ele viajasse para determinado "Tzadik". E o filho único realizou uma "Mitzva" (comando religioso) que através dessa "Mitzva" ele chegou ao nível da "Pequena Luz". E o filho único foi e contou isso para o seu pai, que ele não sentia nenhum gosto em seu serviço (ou seja, nisso que ele serve o Senhor, ou seja reza, estudo e outras "Mitzvot"), e que lhe faltava algo e que ele não sabia o quê. Portanto ele queria viajar ao "Tzadik" (que lhe haviam dito, conforme mencionado) . E o seu pai lhe respondeu: "Como você quer viajar para ele? Afinal você é mais estudioso que ele e de uma descendência melhor que a dele, não é adequado à ti de viajar até ele, saia desse caminho". Até que o pai não o deixou viajar ao "Tzadik". E o filho único novamente sentou-se para estudar. E ele novamente sentiu a falta, conforme mencionado anteriormente. E ele novamente se aconselhou com as mesmas pessoas, e eles novamente lhe deram o conselho de viajar até esse "Tzadik" E ele novamente foi ao seu pai e o seu pai novamente o frustrou e não o deixou ir. E assim foi várias vezes. E o filho único continuava sentindo que lhe faltava algo e ansiava muito que pudesse preencher essa falta (ou seja, que ele fizesse alguma coisa para não sentir essa falta) e ele não sabia o que era essa falta, conforme mencionado. Então ele foi outra vez ao seu pai e lhe pediu muito. Até que o pai teve que viajar com ele. Pois o pai não queria deixá-lo viajar sozinho pois ele era o seu filho único. Então o pai lhe disse: "Veja, eu vou viajar contigo e vou te mostrar que ele não é nada (ou seja, que o "Tzadik" não é nada) Então eles prepararam a carruagem e partiram. E o pai disse ao filho : "Vou fazer um teste. Se tudo correr normalmente então é Providência do Céu, mas senão então não é Providência do Céu que nós viajemos e então nós voltaremos para trás". E eles partiram. Assim que eles estavam indo eles chegaram até uma pequena ponte e um cavalo caiu e a carruagem virou- se e eles quase se afundaram. Então o pai lhe disse: "Você está vendo que as coisas não correm normalmente e que essa viagem não é Providência do Céu!" Então eles voltaram para trás. Então o filho único novamente sentou-se para estudar e novamente viu que lhe faltava algo e ele não sabia o que e ele novamente implorou ao pai e o pai teve outra vez que viajar com ele. Assim que eles estavam viajando, o pai novamente fez um teste, assim como antes (se tudo correr bem etc..., conforme mencionado). E assim que eles estavam viajando, quebraram-se ambos os eixos das rodas. Então o pai lhe disse: "Veja como tudo indica que não devemos viajar, pois é normal que ambos os eixos das rodas se quebrem? Quantas vezes nós viajamos com a carruagem e não ocorreu isso?" E eles novamente voltaram para trás. E o filho único novamente voltou aos estudos etc..., conforme mencionado. E novamente sentiu a falta, mencionada, e os jovens continuaram a aconselhá-lo de viajar. E o filho único novamente foi ao seu pai e novamente insistiu com ele. E ele teve outra vez que viajar com ele. Então o filho único disse ao pai que eles já não deveriam fazer um teste assim, pois era normal que uma vez caísse un cavalo ou que os eixos se partissem, a menos que ocorresse algo extraordinário. E eles partiram. E foram pernoitar em uma pensão e eles lá encontraram um comerciante. E eles começaram a conversar com ele assim como é o costume entre os comerciantes. E lhe contaram que estavam viajando para lá (para um bom judeu), pois o rabino tinha vergonha de dizer que ele estava viajando até esse bom judeu. E eles conversavam sobre assuntos do mundo até que na conversa eles começaram a falar sobre bons judeus. Aonde se encontravam bons judeus. E ele lhes contou ou seja, o comerciante) que lá se encontrava um bom judeu e lá e lá. E eles então começaram a falar sobre o bom judeu para o qual eles estavam viajando. Então o comerciante lhes respondeu: "Esse (em tom de surpresa)! Ele é leviano (ou seja não é un verdadeiro judeu), eu venho agora dele e eu estive lá e ele cometeu uma transgressão". Então o pai disse (para o filho único): "Você vê meu filho o que o comerciante contou inocentemente (ou seja, ele não intencionou falar coisas ruins desse bom judeu, apenas através da conversa ele contou). Ele está vindo de lá". E eles então voltaram para casa (ou seja, o rabino com o filho único). E o filho faleceu. E veio em um sonho à seu pai. E o pai viu que ele estava muito zangado. E o pai lhe perguntou: "Por que estás tão zangado?" E ele lhe respondeu (ou seja, o filho que falecera respondeu no sonho à seu pai) que ele viajasse para bom judeu (para o qual eles quizeram viajar anteriormente) e ele lhe dirá porque eu estou zangado. E ele então acordou e ele pensou que era apenas um incidente (ou seja, que era apenas um sonho e não uma verdade). Depois disso ele novamente sonhou assim e ele novamente pensou que era um sonho sem sentido e assim foi três vezes. Então ele compreendeu que isso não era algo sem sentido e ele então viajou para lá (ou seja, o rabino viajou para o bom judeu ao qual ele viajara anteriormente com o filho). No caminho, ele novamente encontrou o comerciante que ele tinha encontrado antes, quando ele viajara com seu filho. E o rabino o reconheceu. E o rabino disse para o comerciante: "Você é aquele que eu vi na pensão?" E ele respondeu: "Lógico que você me viu". E abriu a boca e lhe disse: "Se tu quiseres eu te engulirei". E ele lhe disse (ou seja, o rabino para o comerciante): "O que você está dizendo?" E ele lhe respondeu: "Você se lembra que você viajou com teu filho, e que primeiro um cavalo caiu na ponte e você retornou. Depois os eixos das rodas se quebraram, depois você me encontrou e eu te disse que ele era leviano. Agora que eu já me livrei do teu filho, agora você já pode ir. Pois o teu filho possuía a característica da "Pequena Luz" e o "Tzadik" para o qual ele queria viajar ele possui a característica da "Grande Luz". E se eles ambos se encontrassem juntos o "Messias" teria vindo. E agora que eu já me livrei dele você já pode viajar". Nesse ínterim ele desapareceu ao dizer essas palavras (ou seja, o comerciante desapareceu subitamente com essas palavras) e ele não teve com quem falar. Então o rabino viajou para o "Tzadik" E gritou: "Que Lástima!" "Que Lástima!" Pena pelo que se perde e não se pode encontrar (oi pelo que se perdeu e não se pode encontrar)! E o comerciante era o próprio Satā, que se disfarçou em um comerciante e os enganou. E depois quando encontrou o rabino outra vez ele mesmo caçoou dele por ele ter escutado o seu conselho. Pois assim é o jeito do mau instinto. Primeiro ele conversa com a pessoa e quando a pessoa segue o seu conselho, D'-s nos Livre, ele mesmo provoca a pessoa posteriormente e se vinga dela por tê-lo escutado. Que D'-s Abençoado Seja Ele nos Proteja dele. E nos Faça retornar para a verdade. Amén.
[Notas Seguintes à Estória]
editarO comerciante era o Samekh-Mem[1] ele mesmo, que se disfarçou de comerciante e os enganou. Então, quando ele conheceu o rabino pela segunda vez, ele mesmo insultou o rabino por ter seguido seu conselho. Para tal é o caminho [do yetzer hara' (inclinação do mal): inicialmente, ele incita uma pessoa, e quando a pessoa o segue, Deus me livre, ele mesmo insulta a pessoa depois e se vinga dele por ter escutado. Que Hashem Yithbarakh nos salve dele e nos traga de volta à verdade propriamente dita, Amém.