Veio Davi a Nobe, ao sacerdote Aimeleque. Aimeleque saiu, tremendo, ao encontro de Davi, e perguntou-lhe: Por que vens só, e ninguém contigo?
Respondeu Davi ao sacerdote Aimeleque: O rei encomendou-me um negócio e disse-me: Não saiba ninguém do negócio pelo qual eu te envio, e daquilo que te ordenei; por isso eu disse aos moços que me encontrassem em tal e tal lugar.
Agora que tens à mão? ainda que não sejam senão cinco pães, dá-mos, ou qualquer outra coisa que se achar.
Respondendo o sacerdote a Davi, disse-lhe: Não tenho ao meu alcance pão comum, porém há pão consagrado; se ao menos os moços se têm abstido de mulheres!
Davi respondeu ao sacerdote e disse-lhe: Como sempre quando eu saio à campanha, foram-nos vedadas as mulheres, e consagradas as equipagens dos moços; embora fosse comum, seria santificado hoje pelas equipagens.
Deu-lhe o sacerdote do pão consagrado, porque não havia ali pão, senão os pães da proposição, os quais se tinham tirado de diante de Jeová, no dia em que se tiravam para se porem pães quentes.
Ora achava-se ali naquele dia, detido diante de Jeová, certo homem dentre os servos de Saul, cujo nome era Doegue, idumeu, o principal dos pastores de Saul.
Disse Davi a Aimeleque: Não tens aqui à mão uma lança ou uma espada? pois eu não trouxe comigo nem a minha lança nem as minhas armas, porque o negócio do rei era urgente.
Respondeu o sacerdote: A espada de Golias filisteu, a quem mataste no vale de Elá, está aqui envolta num pano atrás do efode. Se a queres levar, leva-a; porque não há outra aqui senão essa. Davi disse: Não há outra semelhante a essa; dá-ma.
Levantou-se Davi e fugiu naquele dia da presença de Saul, e foi a Aquis, rei de Gate.
Perguntaram-lhe os servos de Aquis: Este não é Davi, o rei da terra? não foi deste que cantavam nas danças, dizendo: Saul matou os seus milhares E Davi, as suas dezenas de milhares?
Davi guardou estas palavras, meditando-as no seu coração, e teve muito medo de Aquis, rei de Gate.
Ele se contrafez diante deles, e fingiu-se doido nas mãos deles, tamborilava sobre as portas, e deixava correr a saliva pela barba.
Disse Aquis aos seus servos: Eis que bem vedes que o homem está louco: por que razão o trouxestes a mim?
Faltam-me, porventura, loucos, para que trouxésseis este a fazer loucuras diante de mim? há de entrar este na minha casa?