No cajueiro os galos de campina
Soltam corridas como chuvas d'ouro;
E, ricos e preciosos, um tesouro
São pássaros, frutos, canto e tu, menina!
Soltas, à terna viola, o desafio
Na rede armada entre os ramais, que o vento,
Que traz de leste o refrescor do rio,
Embalada sussurantes, ameno e lento.
Cantas e cantas mais. Oh doce encanto
Que no cenário tem de uma paisagem
Nuns lábios virginais alegre canto!
Mas que contêm os bardos de plumagem
Ganharás sempre a eles, pois que tanto
És bela no cantar como na imagem.