A
JOÃO THOME DE SABOYA E SILVA,
SOLON BARBOSA DE LUCENA,
ARNALDO GUINLE
e ILDEFONSO ALBANO.

“Os nossos trovadores matutos não tiveram ainda um FRÉDÉRIC MISTRAL de triumphante coragem que se lhes declarasse igual e viesse, por elles, até os jornaes e até os livros, fazendo uma nova “Mireille”, na linguagem caracteristica da região; nem um PAUL ARÈNE que trouxesse para as brochuras illustradas as fabulas de oiro da matta virgem; nem um JEAN AICARD que fosse, entre os cidadãos, o eterno apaixonado de sua terra de fogo e luz; nem um VIGNÉ D’OCTON que dissesse a leal, embora complicada, psychologia de sua gente; nem um ARMAND SYLVESTRE que, com profundo carinho cantasse, em prosa de prata ou em versos de bronze, as bellezas e maravilhas de seu recanto natal; nem um AFFONSO DAUDET que, com suave physionomia de Christo e blandiciosa ironia de Satan, contasse e recontasse os feitos dos Quixotes indigenas, acabando, porém, por cercal-os de uma aureola de piedade e, de meiguice.”

(Palavras de Valdomiro Silveira, numa Conferencia em Santos).

“Dias depois da serie de conferencias sobre lendas e tradições brasileiras, numa das quaes fez representar em scena aberta o auto da Nau Catharineta, Affonso Arinos offereceu no seu palacete á alta sociedade paulistana um baile da maior sumptuosidade e requintada opulencia; e, a meio da noite, quando os salões regorgitavam das mais bellas damas, çujos alvos collos nús desappareciam sob roçaes de perolas em constellações de diamantes e homens enfarpellados em irreprehensiveis casacas se hombreavam, entrou uma turma de legitimos e retintos caboclos, de chapéos na cabeça e sem collarinhos, para dansar o verdadeiro, o classico, o incorrupto cateretê e, ao se retirarem deste quadro, no qual não sei si o poeta das Georgicas ainda acharia que “a purpura d’Assyria não altera a brancura das lãs”, elle proprio. — Arinos, com aquella sua linha finamente aristocratica, os conduziu até ao tope da escada, apertando a mão de cada um. Neste aperto de mão ia uma renuncia ostensiva, um repto do desprezo do fiel ao chamado respeito humano.”

(Palavras de Miguel Couto, em o discurso de

sua recepção na Academia Brasileira de Letras).
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