Ouve tu, meu cançado coração,
O que te diz a voz da Natureza:
— «Mais te valera, nú e sem defeza,
Ter nascido em asperrima soidão,

Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel
deveza, Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalou, no berço da Ilusão!

Mais valera á tua alma visionaria
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba varia,

(Sem ver uma só flor, das mil, que amaste)
Com odio e raiva e dor... que ter sonhado
Os sonhos ideaes que tu sonhaste!» —