Ás vezes na tu'alma, que adorméce
Tanto e tão fundo, alguma voz escuto
De timbre emocional, claro, impolluto
Que uma voz bem amiga me paréce.
5E fico mudo a ouvil-a, como a préce
De um meigo coração que está de luto
E livre, já, de todo o mal corrupto,
Mesmo as affrontas mais crueis esquéce.
Mas outras vezes, sempre em vão, procuro
10Dessa voz singular o timbre puro,
As essencias do céo maravilhosas.
Procuro ancioso, inquiéto, alvoroçado,
Mas tudo na tu' alma está calado,
No silencio fatal das nebulosas.