Com bons olhos, quem ama, em torno tudo vê!
Folga, estremece, ri, sonha, respira e crê;
A crença doira e azula o círculo que o cinge;
Da volúpia do bem o grau supremo atinge!
Eu também atingi esse supremo grau:
Também fui bom e amei, e hoje odeio e sou mau!
E as culpadas sois vós, visões encantadoras,
Virgínias desleais, desleais Eleonoras!
Minha alma juvenil, ígnea, meridional,
Num longo sorvo hauriu o pérfido e letal
Filtro do vosso escuro e perigoso encanto!
A vossos pés rasguei tantos castelos! Tanto
Sonho se esperdiçou! Tanta luz se perdeu!...
Amei: nem uma só de vós me compreendeu!