Página:A arte culinária na Bahia - Manuel Querino.pdf/40

- 20 -

Flandres e com ella cobre-se a frigideira para tomar côr e, para que o calôr sobre a parte superior não diminua a espessura da frigideira, convem que seja ella collocada sobre fogo muito brando, emquanto mantem a temperatura na parte inferior. No caso de ser o bacalhau substituido pelo lagostim, passa este pelo mesmo processo daquelle.

Na frigideira da castanha verde do cajú, esta substitue o bacalhau. Para esse fim, retira-se a amendoa da castanha, ferve-se para desprendel-a da pelicula que a envolve e machuca-se para mistural-a com o camarão pisado. Em tudo o mais se observa o processo da frigideira de camarões.

Outra frigideira, muito apreciada, é a do palmito do dendezeiro, cortado em pedaços miudos e levados ao fogo até se tornar de fácil diluição e cuja massa é misturada com o camarão pisado.

Peixe sem espinha

Depois de tratado como ficou exposto acima, com uma faca afiada, abre-se o ventre do peixe e retira-se a espinha dorsal; depois disso enche-se o espaço vasio com os mesmos temperos da frigideira de camapões. Isto feito, cose-se o ventre do peixe com alguns pontos de linha fina e colloca-se-o numa assadeira com azeite doce e leva-se ao forno para cozinhar.

Empada de camarões

Prepara-se a massa de farinha de trigo em um pouco d'agua, sal, azeite doce e açafrôa (urucú) para dar côr. Depois de bem batida a massa, deita-se numa taboa bem limpa, e é estendida com um rolo até tornal-a bem delgada.